Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Torres, Lidiane de Souza |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/135893
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Resumo: |
A doença falciforme (DF) é uma anemia hemolítica hereditária causada pela presença da hemoglobina S (Hb S). No Brasil, as formas mais comuns são a homozigose (Hb SS) e a associação da Hb S com as hemoglobinas C (Hb SC), D-Punjab (Hb SD) e beta-talassemia (Hb Sβ-tal). A inflamação na DF é uma condição crônica, com constante liberação de citocinas pró-inflamatórias, e relacionada aos eventos de hipóxia e angiogênese, também característicos da doença. O comportamento desses eventos nos genótipos da DF podem explicar as variações frequentemente encontradas nas manifestações clínicas da doença nos indivíduos. Assim, o objetivo desse estudo foi analisar os processos de inflamação, hipóxia e angiogênese nos genótipos Hb SS, Hb SD, Hb Sβ-tal e Hb SC da DF, comparando os resultados obtidos com um grupo controle sem hemoglobinopatias. Inicialmente, o perfil hemolítico dos indivíduos com DF foi avaliado, considerando-se a porcentagem de reticulócitos e os níveis de lactato desidrogenase (LDH), aspartato aminotransferase (AST) e bilirrubina indireta (BI). O perfil inflamatório foi avaliado pela quantificação dos níveis plasmáticos de citocinas pró-inflamatórias (IL-1β, IL-8 e TNF-α), proteínas anti-inflamatórias (TGF-β1 e ANXA1), fatores responsivos à hipóxia (HIF-1α e VEGF) e polimorfismos genéticos capazes de influenciar nas vias estudas. A porcentagem de reticulócitos e os níveis de LDH, AST e BI foram mais elevados no genótipo Hb SS, seguido pelo genótipo Hb SD, enquanto os grupos com Hb Sβ-tal e Hb SC apresentaram perfil hemolítico mais brando. Os níveis plasmáticos dos marcadores inflamatórios IL-1β, IL-8, TNF-α e TGF-β1 foram aumentados na DF em relação ao controle, especialmente no genótipo Hb SS, evidenciando a inflamação presente e mais grave no grupo com maior intensidade hemolítica. A ANXA1 esteve reduzida na DF, refletindo o desequilíbrio entre a propagação da resposta inflamatória e resolução da inflamação. No entanto, dentre os genótipos, a ANXA1 foi mais elevada no grupo com Hb SS, sugerindo sua externalização como um mecanismo compensatório na tentativa de resolução do quadro inflamatório nesse grupo de maior gravidade. O HIF-1α também apresentou níveis plasmáticos superiores no grupo com DF, porém, sem distinção entre os genótipos, enquanto o VEGF não teve seus níveis elevados na DF, mas foi influenciado por polimorfismos em seu gene. Com os resultados obtidos, foi possível concluir que a inflamação é uma condição presente em todos os genótipos da DF, com intensidade variável e dependente da gravidade da doença, sendo maior em indivíduos com Hb SS e Hb SD, e relacionada, também, aos processos de hipóxia e angiogênese. |