A contemporaneidade do eu autoficcional em Nas peles da cebola de Günter Grass

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Janku, Taisy Buzanello [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Eu
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/235696
Resumo: Günter Grass é um dos grandes nomes da literatura alemã. Nascido em 1927 na cidade de Danzig, na Polônia, Grass consolidou-se como escritor com a publicação de seu primeiro romance, O tambor (1959). Em 2006, Grass publicou Nas peles da cebola, objeto deste estudo. Trata-se de uma narrativa retrospectiva, cujos eventos retratados são ancorados nas memórias pessoais do autor, compreendendo o período que se inicia com a eclosão da Segunda Guerra Mundial e se encerra com a concepção de O tambor. Nas peles da cebola contou com uma recepção controversa, pois na obra Grass revela ter alistado-se voluntariamente aos dezessete anos à Waffen-SS, a tropa de elite nazista, informação que foi ocultada do público por seis décadas. Verifica-se na obra a homonímia entre narrador, personagem e autor, o que inscreve Nas peles da cebola no âmbito das narrativas de si. Uma vez que o narrador apresenta-se continuamente como instância não-confiável e declara a sua inclinação à fabulação, a obra adentra o campo da escrita autoficcional, forma narrativa caracterizada por associar a ficção à autobiografia, mesclando ambos os domínios e tornando imprecisos os limites entre eles. Desse modo, residindo em um espaço de entrelugar, a identidade em questão na narrativa aponta para uma forma particular de representação da subjetividade: o eu autoficcional. Por meio de sua constituição ambígua, este eu tensiona e explora a fragilidade dos limites na contemporaneidade. O objetivo deste trabalho é investigar como comportam-se as fronteiras entre fato e ficção em Nas peles da cebola, partindo da observação do eu autoficcional, e então discutir de que modo a dinâmica ambígua da subjetividade formada na obra coloca-se em diálogo com questões que concernem ao presente. Para tanto, concentrar-nos-emos em três aspectos desta narrativa: o discurso da memória, o sujeito dividido entre “eu” e o “outro” e a presença de Oskar Matzerath, protagonista de O tambor, na narrativa autoficcional de Grass.