Crenças linguísticas e (re)conhecimento da variação linguística na escola: um estudo com alunos do 9° ano do ensino fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Bergamin, Franciele Poiano [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/256173
Resumo: A Sociolinguística Educacional tem contribuído para (re)pensar o ensino de língua, no Brasil, principalmente, a portuguesa. Além disso, conceitos oriundos dessa área, como a de língua variável, já podem ser observados em documentos oficiais do governo brasileiro norteadores do ensino de língua portuguesa, como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de 1997, 1998 e, mais recentemente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), 2017, que estabelecem diretrizes gerais para um ensino de língua portuguesa que considere seu caráter variacional. Apesar disso, ações concretas de ensino de língua portuguesa pautadas na teoria variacionista nem sempre chegam de forma efetiva à sala de aula. Considerando tal cenário, este trabalho tem por objetivo investigar as crenças e avaliações linguísticas de alunos do 9º ano do ensino fundamental de uma escola da rede pública da cidade de Lençóis Paulista, São Paulo. Para a investigação proposta, este estudo baseou-se em duas perguntas norteadoras: (i) o que os alunos entendem por variação linguística? Quais suas crenças sobre língua?, (ii) como eles avaliam variedades do português brasileiro? Seguindo os pressupostos teóricos da Sociolinguística (Labov, 2008 [1972]) e da Sociolinguística Educacional e estudos sobre crenças/avaliações/atitudes linguísticas (Cyranka, 2016; Bortoni-Ricardo, 2005; Botassini, 2015; Zilles, Faraco, 2015; Faraco, 2007; Marine, Barbosa 2016, 2017; Baronas, Marques, Semczuk, 2019, entre outros), as investigações partem da hipótese de que os alunos acreditam que alguns traços linguísticos do PB são “errados” e “esquisitos” enquanto outros são “certos” e “mais bonitos”. Para isso, utilizou-se um teste de crenças e avaliações linguísticas e um questionário (para entrevista semiestruturada) aplicados aos participantes da pesquisa – alunos de 9° ano de uma escola pública de Lençóis Paulista – no espaço da escola. Os resultados obtidos evidenciam que os alunos ainda têm alguns equívocos em relação ao conceito de variação linguística, apesar de já “terem ouvido falar”; acreditam que a maioria das pessoas não sabem português (inclusive eles mesmos) e que é difícil aprender a própria língua; julgam a classe social de uma pessoa pela maneira de falar e a maioria reconhece a existência do preconceito linguístico. Além disso, a partir de tais resultados, apresenta 3 ações didáticas para um ensino sociolinguístico de língua portuguesa na Educação Básica visando o fomento ao respeito linguístico e ao reconhecimento das variedades do português presentes no Brasil. Palavras-chave: variação linguística; crenças e avaliações linguísticas; ensino fundamental.