Museu dos afetos: uma cerâmica que afeta, cura e conecta à ancestralidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Leonel, Priscila
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/216266
Resumo: Esta pesquisa aborda aspectos sobre museu, cerâmica, racismo, ancestralidade e cura, mas fala, principalmente, sobre bonecas, infância e arte. Os processos artísticos que apresento aqui transformaram minha existência afrodescendente em uma coleção de rituais artísticos. Esta tese reúne e expõe uma costura de dois temas que me são muito caros, o museu e a cerâmica. Esses dois elementos juntos atuam no resgate de questões da herança histórica e da identidade, convidando a olhar, documentar e expor elementos que vivificam experiências de arte e vida. A partir desse contexto, fiz um recorte mais específico, trazendo produções cerâmicas marcadas pela afrodescendência. Busquei abordar como esse tema se faz presente nas produções artísticas contemporâneas, apresentando um panorama das raízes da cerâmica negra no país. Dirijo um olhar para a produção com argila no continente africano e, também, para a cerâmica quilombola no Brasil, a fim de observar e discutir como o barro tem se mostrado como potência para acolher insurgências da ancestralidade na produção artística. Esta escrita me permitiu descobrir uma relação íntima entre aspectos da vida que são afetados pela história social e que podem ser atravessados pela arte. Pensar raízes culturais e ancestralidade em trabalhos artísticos configura um olhar às origens, com respeito e admiração, um ato de acolhimento de nossa própria história, cuidando dessas memórias, guardando, documentando e expondo em um museu. O recorte desta pesquisa tem como foco uma teoria sobre a ancestralidade, memória, cura, arte cerâmica, arte cerâmica africana e afrodescendente. O texto é composto pela relação de pesquisa teórica e prática, permeada por uma narrativa de processos artísticos e histórias vividas. Através da argila foi possível discutir estruturas sociais de racismo, propor ações artísticas de cura e acreditar que tudo isso merece estar no museu, de modo que outras pessoas possam ter acesso a esse conhecimento, sem tantos percalços, como foi para mim.