Resultado do cuidado pré-natal considerando os diferentes modelos de Atenção Primária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Renata Leite Alves de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/157455
Resumo: O presente estudo teve por objetivo comparar o processo e resultado do cuidado pré-natal considerando-se as Unidades Básicas de Saúde de modelo tradicional e Estratégia Saúde da Família, identificar a influência da qualidade da assistência pré-natal desenvolvida sobre a prematuridade e a situação do aleitamento materno no primeiro ano de vida do lactente prematuro. A tese a ser defendida é que há diferenças no resultado pré-natal quando se consideram os diferentes modelos de atenção, com melhor situação na Estratégia Saúde da Família e que a baixa qualidade pré-natal é fator de risco para prematuridade. Estudo de coorte prospectiva tomou por base a Coorte de Lactentes de Botucatu – CLaB. Utilizou-se amostra intencional de 273 duplas mães/bebês. Os dados foram colhidos em sete momentos. Durante o recrutamento foi realizada entrevista para caracterização das duplas e sobre o processo de atenção pré-natal e nascimento. Nos outros momentos investigou-se a situação do aleitamento materno. A inclusão na coorte ocorreu entre junho de 2015 e janeiro de 2016 e o seguimento foi concluído em janeiro de 2017. Para avaliação da qualidade do pré-natal criou-se escore que variou de zero (pior situação) a sete pontos (melhor situação), a partir de indicadores de processo (início precoce, número de consultas, exames de primeiro e terceiro trimestres, ultrassom precoce, educação em saúde e revisão de parto) propostos pelo Ministério da Saúde. Considerou-se escore baixo quando igual ou inferior à mediana (três pontos). Os indicadores de resultado foram baseados nas condições de nascimento (nascimento prematuro, baixo peso ao nascer, intercorrências com o recém-nascido no parto, amamentação na primeira hora de vida, internação em Unidade de Terapia Intensiva/Cuidados Intermediários) e do primeiro ano de vida (aleitamento materno exclusivo e aleitamento materno). A avaliação de processo do pré-natal foi realizada por estimativa do risco relativo e a de resultado, por Modelo de Regressão Múltipla de Cox ajustado pelos potenciais confundidores (p<0,20). Para identificar a influência da qualidade da assistência pré-natal desenvolvida sobre a prematuridade, realizaram-se associações bivariadas entre a prematuridade e potenciais confundidores e realizou-se ajuste por regressão logística múltipla. A situação do aleitamento materno foi avaliada pelos testes Qui-quadrado e Exato de Fisher. Em todas as análises, adotou-se p valor <0,05. As gestantes acompanhadas em Unidade de Saúde da Família tinham pior condição socioeconômica e melhor situação de processo, mas não se encontrou diferença nos indicadores de resultado quando comparada às Unidades de modelo tradicional. O risco de prematuridade reduziu em 37% a cada ponto a mais no escore. A situação do aleitamento materno no primeiro ano de vida não diferiu entre prematuros e não prematuros. Conclusão: apesar do processo de atenção pré-natal nas Unidades de Saúde da Família ser mais qualificado, não houve melhor resultado, possivelmente porque nestas as mulheres apresentavam piores condições socioeconômicas. Ficou evidenciada a importância da qualidade da assistência pré-natal na redução da prematuridade. A situação do aleitamento materno está distante das recomendações, assim, ações de promoção a essa prática devem ser realizadas indistintamente para todas as mães e bebês.