Entre a adaptação e a emancipação: uma análise dos ideais e práticas da Pedagogia da Alternância

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lollato, Sarah de Oliveira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/213942
Resumo: Esta pesquisa investiga a Pedagogia da Alternância, uma prática pedagógica originária do meio rural, iniciada no Brasil na década de 1960, que atualmente constitui-se em um movimento pedagógico, caracterizado pela ampla participação de educadores, educandos, pesquisadores e apoiadores, que congrega experiências diferenciadas pelo território nacional, com cerca de 230 Centros Familiares de Formação por Alternância. Discorremos sobre o histórico, os princípios, os instrumentos metodológicos e os fundamentos teóricos. Demonstramos que existe uma diversidade de fundamentações nos trabalhos científicos sobre o tema, caracterizando um ecletismo epistemológico nos fundamentos teóricos, que se reflete em uma diversidade de concepções sobre os fins e meios da educação. A Teoria Crítica da Sociedade subsidiou uma análise teórica, por meio do aprofundamento das discussões sobre conceitos como: racionalidade instrumental, semiformação, indústria cultural, tecnologia, autoridade, temporalidade, educação e emancipação e práxis. Utilizamos o estudo de caso e a análise de conteúdo como recursos metodológicos, através da análise do item Objetivos de um projeto político pedagógico de um CEFFA e entrevistas semi-estruturadas com quatro monitores e quatro alunos do quarto ano do curso de educação técnica profissionalizante em agropecuária integrado ao ensino médio. Partimos da hipótese de que a consecução dos ideais emancipatórios da Pedagogia da Alternância é dificultada em função de uma base material e cultural que sustenta a práxis social capitalista alienada, que produz e reproduz concepções pedagógicas ideológicas e idealistas. Constatamos elementos de adaptação e de resistência, por meio dos dados obtidos, demonstrando aspectos dialéticos da Pedagogia da Alternância. Verificamos que os textos citados como fontes teóricas dessa vertente pedagógica, o Projeto Político Pedagógico do CEFFA analisado e as narrativas dos sujeitos entrevistados demonstram paradoxos que corroboram concepções que naturalizam a estrutura social e eventualmente procuram produzir sujeitos adaptados às necessidades da produção agrícola ligada à lógica do agronegócio, sob um viés neoliberal. Os dados também evidenciam a idealização à emancipação, vivências democráticas na auto-organização dos estudantes, organização de associações, participação familiar no cotidiano escolar, produção agroecológica, escuta a aspectos emocionais, relações interpessoais reflexivas e experiências dos estudantes em sindicatos rurais e movimentos sociais do campo, apontando a possibilidade de politização. Enfatizamos a importância da autorreflexão, da educação política e o aprofundamento em teorias críticas para a análise da práxis capitalista alienada, que possibilitem o diagnóstico sobre os obstáculos à emancipação.