Os projetos de vida de adolescentes, filhos de quebradeiras de coco babaçu no leste do Maranhão: escola, trabalho e perspectivas entre continuidades e rupturas

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Silva, Maria de Fátima Sousa
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Adolescentes rurais; Projeto de vida; Coco babaçu; Rural teenagers; Life project; Babassu coconut
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/238292

Esse trabalho objetivou conhecer os projetos de vida de adolescentes, filhos das quebradeiras de coco babaçu no Leste do Maranhão e se seus projetos passam pela continuidade das atividades de suas famílias ou se direcionam para outras atividades. A pesquisa é de abordagem qualitativa, realizada numa escola unificada da rede municipal de ensino, localizada no povoado Bacabinha zona rural do município de São João do Soter estado do Maranhão. Os participantes da pesquisa foram treze adolescentes filhos das mulheres quebradeiras de coco babaçu que cursavam o 8º e 9º ano do Ensino Fundamental. Participaram também da pesquisa quatro professoras, e a secretária de educação desse município. Os instrumentos para construção dos dados com os alunos, foram o questionário e a realização de grupo focal. Para as professoras e secretária, foi usado o questionário. Na interpretação dos dados utilizou- se análise de conteúdo. Após a realização do estudo, concluiu-se que esses adolescentes, têm como alvo principal em seus projetos de vida, uma formação de ensino superior para ter uma boa profissão e essa não se relaciona com as atividades do coco babaçu. A pesquisa também mostrou os anseios e interesses dos alunos referentes aos temas que dialoguem com suas necessidades e realidades. Com isso, compreendeu-se, caso essa escola for trabalhar o eixo curricular projetos de vida, se encontra respaldo teórico nas ideias de Paulo Freire, para assim fortalecer esses adolescentes. Compreendeu-se também, que a escola interfere em seus projetos de vida, pois tanto os alunos quanto os pais, veem nela uma alternativa de melhores condições econômicas e sociais. Ficou claro também que esses adolescentes não participam e nem participaram de programa de governo, não se evidenciou políticas públicas para os jovens dessa localidade, tendo em vista que além dos programas existentes não atenderem todas as regiões, falta informação e acesso para esses alunos. As professoras demonstraram conhecimento sobre a economia do babaçu e os fatores que impactam nessa atividade e nas populações tradicionais dessa região, porém, discutem parcialmente essas questões em sala de aula. Quanto à secretária, demonstra conhecer a realidade desse contexto educacional e considera imprescindível que os temas de interesse e necessidade dos alunos estejam inseridos no projeto pedagógico da escola e sejam discutidos em sala de aula. Quanto a projeto de vida, a escola ainda não trabalha com esse eixo curricular, no entanto, tanto as professoras quanto a secretária pensam que, para trabalhar esse eixo com os alunos desse município, precisam ir além dos conteúdos curriculares e do querer “ser”: precisam conhecer questões sociais, cidadania, cultura local, diversidade, autoconhecimento, e profissões, para a partir disso, traçarem metas para seus futuros.