Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, João Pedro [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/295662
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Resumo: |
A vulnerabilidade social coloca o indivíduo em uma situação fragilizada, devido a pobreza e precarização dos vínculos afetivos, familiares e comunitários. Quando a situação propaga-se para grupos ou populações, é chamado de risco social, como no caso dos ribeirinhos. O presente estudo foi dividido em dois capítulos: o primeiro capitulo teve como objetivo analisar a forma de acesso, tipo de tratamento odontológico e a organização de trabalho da equipe de saúde nas comunidades ribeirinhas do baixo pantanal, Mato Grosso do Sul, Brasil. O segundo capítulo procurou verificar o impacto da saúde bucal na qualidade de vida dessa população. A população da pesquisa foi composta pelos indivíduos que procuraram atendimento de saúde junto ao Programa Povo das Águas e pelos chefes de família das comunidades ribeirinhas de Porto Formigueiro, Porto Morrinho, Porto Esperança, Forte Coimbra e Porto da Manga. Para a coleta de dados foi desenvolvido pelos pesquisadores um roteiro de informações com questões sobre a periodicidade das visitas da equipe de saúde às comunidades, materiais e equipamentos disponibilizados, ações educativas, preventivas e curativas em saúde realizadas, forma de referenciamento para especialidades médicas e odontológicas e dificuldades encontradas no atendimento. Também foi analisada a ficha de procedimentos odontológicos e médicos. Para verificar o impacto da saúde bucal na qualidade de vida do indivíduo, utilizou-se o questionário Oral Health Profile-14, validado junto às populações ribeirinhas. É constituído por 14 itens, sendo dois itens em cada uma das seguintes dimensões: limitação funcional, dor física, desconforto psicológico, incapacidade física, incapacidade psicológica, incapacidade social e desvantagem social. A periodicidade de visitas da equipe de saúde na região do baixo pantanal era trimestral, com acesso por meio de barco em todas. Apenas duas comunidades possuiam água fluoretada, sendo elas: Porto Esperança e Forte Coimbra, nas quais os ribeirinhos apresentavam menor necessidade de tratamento. A equipe era composta por dois médicos, dois cirurgiões dentistas, um enfermeiro, dois vacinadores, um técnico em enfermagem, um auxiliar de saúde bucal, e um farmacêutico. Foram atendidos 79 moradores, sendo: 14 do Porto da Manga, 12 do Porto Esperança, 18 do Forte Coimbra, 34 do Porto Morrinho e um do Porto Formigueiro. No âmbito educativo, mostrou-se a técnica de escovação em manequim odontológico. Como ações preventivas desenvolveu-se escovação supervisionada, na beira do rio e aplicação tópica de flúor na cadeira odontológica. Realizaram-se, no total, 108 procedimentos curativos, em sua maioria de dentística operatória (79,6%). Na área médica foram atendidos 221 moradores, na maior parte casos de medicação para hipertensão arterial. Na área de enfermagem, realizou-se principalmente vacinações, com aplicação de 395 doses. Além disso, 59 chefes da família responderam ao OHIP-14, sendo que as dimensões que mais impactaram na qualidade vida foram: dor física (3,22), em especial o item “dor na cavidade oral” (1,77), desconforto psicológico (2,97), em especial “vergonha após perda dentária” (1,62) e incapacidade psicológica (2,54) em especial “preocupação” (1,59). Conclui-se que o acesso da equipe de saúde a essa população é, na maioria dos casos, fluvial, sendo dificultado por diferentes fatores, como: queimadas, baixo nível do rio em determinados períodos e aspectos burocráticos para o fornecimento de suprimentos, insumos e produtos destinados aos ribeirinhos. Ocorre a predominância do tratamento odontológico curativo, também sendo realizadas ações preventivas e atividades educativas. A organização de trabalho da equipe é realizada através da adaptação de diferentes locais para os profissionais, com o uso de equipamentos portáteis. A saúde bucal impactou na qualidade de vida da população ribeirinha, em especial nos domínios dor física (dor dentária) e desconforto psicológico (vergonha). |