Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Júlia Ribeiro Garcia de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/255034
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Resumo: |
As plataformas vibratórias (PV) são dispositivos capazes de gerar oscilações mecânica que se distribuem pelo organismo, sendo consideradas uma forma de exercício passivo. Este tipo de exercício é classicamente conhecido como vibração de corpo inteiro (VCI). Diversos benefícios do uso da VCI têm sido descritos, como ativação neuromuscular, melhora do desempenho físico e desenvolvimento do equilíbrio e da mobilidade funcional. A VCI tem sido estudada e usada em muitas aplicações em seres humanos, tanto como parte de protocolo fisioterapêutico e não farmacológico, ou como método alternativo ou suplementar ao exercício. Entretanto, as informações sobre VCI são relativamente limitadas na espécie equina. O presente estudo objetivou investigar os efeitos do uso da VCI como método de recuperação após exercício intenso em cavalos. Para tal, foram utilizados oito cavalos, sem raça definida, sendo um macho castrado e sete fêmeas, com idade entre sete e 19 anos e massa corpórea média de 406 ± 33 kg. Inicialmente, os animais foram submetidos a teste de esforço incremental para determinação da velocidade correspondente ao limiar de lactato (VLL) e, consequentemente, da carga externa da sessão de exercício intenso (SEI). Os animais foram distribuídos em três grupos experimentais, em delineamento cross-over, sendo que todos os grupos realizaram uma SEI (5 min de aquecimento, 2 min a 110% da VLL e 3 min a 130% da VLL). O grupo controle (GC) realizou recuperação ativa, ao passo, na esteira. O grupo negativo (GN) foi utilizado como controle negativo, sendo colocado sob a PV desligada. O grupo vibração de corpo inteiro (VCI) realizou o período de recuperação na PV, num protocolo que consistiu em cinco etapas de 2 min, com frequências decrescentes de 76, 66, 55, 46 e 32 Hz. O período de recuperação durou 10 minutos para todos os grupos. Foram feitas biópsias do músculo glúteo médio antes (0), imediatamente após (DT), 3 e 6h após o tratamento, para avaliação histopatológica muscular por meio da coloração hematoxilina-eosina (HE) e do conteúdo de transportadores monocarboxilatos 4 (MCT4). A frequência cardíaca (FC) foi monitorada durante toda a SEI e o período de recuperação. Foram feitas coletas sanguíneas para determinação de lactato e glicose plasmáticos nos momentos 0, imediatamente depois da SEI (DS), antes do tratamento (AT), DT, 10 min (10min) e 1h após o fim do tratamento. Também foram feitas coletas sanguíneas para determinação da atividade sérica da enzima creatina quinase (CK) antes, 1, 3, 6, 12 e 24 h após o tratamento. As coletas de sangue também foram realizadas para realização de análises de gases e eletrólitos sanguíneos, nos momentos 0, DS e DT. Nos mesmos momentos foi feita a aferição da temperatura retal (TR). Também foram realizadas análises de termografia infravermelha (TIV) da face lateral do pescoço na região pré-escapular esquerda, da região do quadríceps femoral do membro pélvico esquerdo, da região cárpica de ambos os membros torácicos (MT) e da visão lateral dos tendões flexores do MT esquerdo e direito, nos momentos 0 e DT. Aplicou-se análise de variância para medidas repetidas no tempo seguido pelo teste T pareado, com correção de Bonferroni. Para as análises de HE foi realizada análise de variância de uma via para dados não paramétricos por meio do teste de Kruskal-Wallis, seguido pelo teste de Dunnett (P<0,05). A SEI induziu hiperlactatemia e acidose metabólica moderada em todos os grupos experimentais. A FC aumentou em todos os grupos após a SEI, entretanto foi maior no GC em relação aos grupos VCI e GN no momento DT. Entre os grupos, não houve alteração da TR, lactatemia, glicemia e conteúdo proteico de MCT4. A TR, lactatemia, glicemia, gases e eletrólitos sanguíneos aumentaram após a SEI para todos os grupos. O conteúdo proteico de MCT4 diminui 3 e 6h após o tratamento em todos os grupos. Na TIV foi possível observar aumento de temperatura imediatamente depois do tratamento em todas as áreas avaliadas, para todos os grupos experimentais, sem diferença entre os grupos. A CK apresentou elevação em todos os grupos, 6, 12 e 24h após as intervenções. Na HE observou-se aumento da degeneração e necrose muscular 3 e 6h após as intervenções para todos os grupos, e aumento do infiltrado inflamatório 3h após para o grupo VCI. Concluiu-se que o protocolo de VCI utilizado neste estudo não foi capaz de acelerar a recuperação da lactatemia e do equilíbrio ácido-base de cavalos submetidos ao exercício intenso em esteira, nem promoveu alterações na temperatura da superfície cutânea ou na resposta inflamatória muscular causada pelo exercício intenso. |