Desenvolvimento de pastilha potencialmente probiótica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Witzler, Juliana Jabur Polete [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/138767
Resumo: A utilização de microrganismos probióticos para a manutenção da saúde bucal tem despertado o interesse da comunidade científica, tendo em vista que estudos indicam que tais microrganismos podem conferir benefícios como: atividade anticariogênica, tratamento de doenças periodentais e halitose, e redução na população de microrganismos patogênicos relacionados a patologias bucais. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho foi o desenvolvimento e a caracterização de uma pastilha alimentícia diet contendo o microrganismo Enterococcus faecium CRL 183 e a avaliação do potencial da referida cepa probiótica em sobreviver em saliva humana e inibir a multiplicação da cepa patogênica Streptococcus mutans ATCC 25175. O microrganismo E. faecium CRL 183 foi microencapsulado por extrusão e coacervação em matriz complexa. A técnica de coacervação complexa apresentou o melhor desempenho em relação à manutenção da viabilidade durante o período de armazenamento à temperatura ambiente (23ºC), sendo selecionada para a produção das pastilhas potencialmente probióticas. As pastilhas foram processadas em três tratamentos: PC – pastilha controle, sem adição do probiótico; PPP1 – com adição do microrganismo probiótico e PPP2 – pastilha com adição do microrganismo probiótico e de inulina (prebiótico). Análises microbiológicas (viabilidade e segurança), físico-químicas (umidade, atividade de água, pH e cor) e sensoriais (testes de aceitação e intenção de compra) foram conduzidas no tempo inicial e ao longo do tempo de estocagem. A sobrevivência do probiótico à saliva e a inibição da multiplicação da cepa patogênica, foram avaliadas através da inoculação da cepa pura e das pastilhas em saliva e da técnica de difusão em poços, respectivamente. A cepa de E. faecium teve sua viabilidade reduzida (p<0,05) imediatamente após a produção das pastilhas e durante o tempo de armazenamento à temperatura ambiente, em ambos os tratamentos PPP1 e PPP2. Na etapa de análise sensorial, as pastilhas apresentaram médias de aceitação superiores a seis para os atributos aroma, textura e impressão global, sem diferirem significativamente entre si (p<0,05). A adição da cepa probiótica e da substância prebiótica reduziu a aceitação do produto em relação à aparência e cor e melhorou a impressão dos consumidores em relação ao sabor. As análises físico-químicas revelaram que as formulações PC, PPP1 e PPP2 não diferiram entre si em relação aos parâmetros físico-químicos avaliados, com exceção do parâmetro cor. Todos os tratamentos apresentaram características microbiológicas adequadas durante os 28 dias de estudo. A cepa E. faecium CRL 183 inoculada em saliva humana na forma de pastilhas e de células livres teve sua população de células viáveis aumentada após 24 horas de incubação. O teste de difusão em poços evidenciou que a cepa probiótica foi capaz de inibir a multiplicação de S. mutans ATCC 25175 nas condições do estudo. Os resultados obtidos indicam que a associação do probiótico com inulina melhorou a aceitação do produto em relação ao atributo sabor e que a cepa probiótica sobrevive à saliva humana e apresenta potencial para inibir a multiplicação do microrganismo causador de cárie dental – S. mutans ATCC 25175. No entanto, a queda brusca da viabilidade da cepa probiótica durante o armazenamento das pastilhas, indica a necessidade de aprimoramento do processo de obtenção das mesmas, além de adequação da embalagem utilizada à matriz alimentícia.