A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Mercosul: conflitos e contradições da participação social nos governos Lula da Silva e Dilma Rousseff (2003-2014)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Baptista, João Victor da Motta [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192119
Resumo: Nos anos 2000, impulsionados pelas crises econômicas na região e pela resistência dos movimentos sociais, diversos governos progressistas foram eleitos na América Latina. Com isso, os processos de integração regional na América do Sul e Latina se intensificaram com a criação de novas institucionalidades e com a expansão da agenda para novos temas, além da tradicional agenda comercial. A Central Única dos Trabalhadores foi fundamental para contraposição aos blocos comerciais que se conformavam nos anos 1990 e, posteriormente, para eleição e construção dos governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff (2003-2014). Nesse sentido, esta pesquisa tem como objetivo avaliar a importância da participação social desse ator para as mudanças institucionais que ocorreram no Mercosul durante os governos progressistas no Brasil. Para tanto, este trabalho discute a importância de ampliarmos as reflexões teóricas sobre a relevância da sociedade civil nos estudos de integração regional e de relações internacionais, pois a ação dos atores sociais impacta diretamente o processo de formulação política, visto que o Estado é uma relação social e não um ator central e racional. O estudo analisa as transformações institucionais do Mercosul que não propiciaram alterações no seu processo decisório, nem possibilitaram a superação histórica do déficit democrático da estrutura institucional do bloco. Com base em entrevistas e na análise de documentos oficiais da Central Única dos Trabalhadores, a dissertação avalia as propostas do sindicalismo para ampliação do processo de integração no Cone Sul em direção a pautas sociais, políticas, econômicas e produtivas; e os conflitos e contradições da relação entre a central sindical e os governos do Partido dos Trabalhadores. O texto conclui que a Central Única dos Trabalhadores aprofundou sua atuação no Mercosul a partir dos anos 2000 e realizou propostas concretas para a transformação institucional do bloco que, no entanto, não foram incorporadas pelos governos Lula da Silva e Dilma Rousseff. Por fim, apesar da centralidade e importância da central sindical para a ascensão dos governos petistas, a mesma encontrou dificuldades para impor sua agenda político-econômica e não superou as limitações sistêmicas para concretizar sua agenda de transformações sociais.