Efeito da infecção com Candida albicans no desenvolvimento da Encefalomielite Autoimune Experimental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Fraga-Silva, Thais Fernanda de Campos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/137951
Resumo: A esclerose múltipla é uma doença autoimune ainda sem cura que acomete o sistema nervoso central (SNC). Evidências observadas em pacientes e em modelos experimentais indicam que infecções fúngicas e/ou derivados fúngicos podem contribuir com a patogênese da doença. Neste contexto, o objetivo deste projeto foi avaliar o efeito da infecção por Candida albicans e derivados fúngicos no desenvolvimento da encefalomielite autoimune experimental (EAE) que é o modelo murino desta patologia. Para avaliar o papel da infecção, camundongos C57BL/6 foram infectados com C. albicans três dias antes da indução da EAE. A infecção prévia agravou os sinais clínicos da doença. Este agravamento foi relacionado com a disseminação do fungo para o SNC e aumento da produção de citocinas encefalitogênicas (TNF-a, IL-6, IL-17 e IFN-y) tanto na periferia (baço) quanto no SNC. Para avaliar o efeito de derivados fúngicos no desenvolvimento da EAE, camundongos foram inoculados com três doses de gliotoxina ou de leveduras mortas de C. albicans após a indução da doença. A inoculação de gliotoxina resultou em sintomatologia mais grave, associada com um intenso infiltrado inflamatório e maior produção de TNF-a no SNC. De forma distinta a inoculação de leveduras mortas resultou em uma doença bem mais branda, com menor porcentagem de células apoptóticas e baixa produção de citocinas encefalitogênicas no SNC. Considerando que recentemente nosso grupo de pesquisa demonstrou que a vacinação com MOG associada à vitamina D (MOG+VitD) preveniu a encefalomielite, investigamos também se a infecção por C. albicans é capaz de quebrar a tolerância induzida por esta vacinação. Para isto, camundongos foram vacinados com MOG+VitD, infectados com C. albicans e depois submetidos à indução da EAE. A vacinação determinou proteção caracterizada por melhora significativa da sintomatologia, decréscimo acentuado na produção de citocinas encefalitogênicas no baço e no SNC e expansão de células T reguladoras. No seu conjunto os resultados desta investigação indicam que derivados fúngicos, dependendo de suas características, podem ser deletérios ou protetores no desenvolvimento da EAE.