A variação pronominal Tu/Você e Nós/A gente em livros didáticos de português como língua estrangeira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Arctico, Leonardo Santana [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/141967
Resumo: Com as políticas linguísticas favorecendo o ensino e aprendizagem da língua portuguesa no cenário mundial, observa-se um intenso desenvolvimento na área de estudos sobre Português como Língua Estrangeira (PLE). No entanto, alguns aspectos nessa área demandam avanços, como, por exemplo, a elaboração de livros didáticos (LD) com enfoques metodológicos mais atualizados e sensíveis às variedades linguísticas. Assim, propõe-se, neste trabalho, analisar como a variação dos pronomes tu/você e nós/a gente é mostrada por três livros didáticos de PLE de diferentes abordagens de ensino. Para isso, foi apresentado, primeiramente, um mapeamento sociolinguístico, construído a partir de diversos trabalhos já publicados sobre o assunto, a fim de identificar como aparece aquela variação na fala brasileira. Em seguida, tais dados foram contrapostos aos encontrados nos LDs: Muito Prazer, Brasil Intercultural e Ponto de Encontro. Considerando o mapeamento, observou-se que o uso da forma inovadora você tende a se sobrepor ao uso da forma conservadora tu, visto que a realidade linguística do PB pressupõe uma variação pronominal nesse aspecto. Em relação a nós e a gente, o retrato sociolinguístico brasileiro não prevê estratificação regional, estando as duas formas em variação no PB. Quanto aos LDs, pode-se verificar que o primeiro livro não apresenta critérios metodológicos para a abordagem desses pronomes, apresentando-os de modo contraditório, ora em sua estrutura, ora de acordo com a variação. O segundo mostra um comprometimento maior com o que é descrito em suas apresentações, ou seja, ensinar PLE , de forma mais comunicativa, considerando que além de propor exercícios que mostrem as ambiguidades do pronome a gente, também propõe atividades que contemplam esta variação. Por sua vez, o terceiro livro evidencia que, embora existam algumas variedades (brasileira e portuguesa), isso somente não contribui para um referencial linguístico adequado e variado. De modo geral, observou-se que dois desses livros alternam entre a gramática normativa e a língua em uso propriamente dita, o que resulta em formas de abordagem não uniformizadas desses pronomes, e por vezes incoerentes com a proposta metodológica dos livros didáticos analisados.