Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Silva, Iranildo Mota da |
Orientador(a): |
Melo Júnior, Orison Marden Bandeira de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/57347
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Resumo: |
A contemporaneidade brasileira tem sido marcada com o ressurgimento e a efervescência de discursos sociais que trouxeram à tona visões de mundo acerca da ditadura militar: discursos divergentes e preocupantes que carregam consigo imagens ora positivas, ora negativas dos “anos de chumbo”. Naquele período, a literatura passa a ser uma grande ferramenta de combate da qual se valeram os romancistas, cronistas e poetas que passaram a utilizar as suas produções para materializar nelas discursos contra a ditadura militar e as atrocidades cometidas com aqueles que demonstrassem discursos críticos ao regime como um todo. Por apresentarem uma escrita inovadora, um diálogo com o contexto de produção e um (des)mascaramento crítico nos discursos para com o governo ditatorial brasileiro, entre as quais destacamse as obras do escritor Carlos Heitor Cony: Pessach: a travessia, Pilatos e Quase memória, quase romance, escritos, respectivamente, antes, durante e depois do AI5, o repressivo decreto da ditadura militar publicado em 13 dezembro de 1968, e que servirão de corpus deste trabalho. Neste viés, o objeto de estudo desta pesquisa afunila-se na relação existente entre a ditadura militar brasileira e o romance, visto como discurso literário responsável por refletir e refratar diversidades de discursos impregnadas de ideologias. Logo, o objetivo central desta tese é defender a ideia de que os discursos de repressão e de resistência estão presentes nas obras de Cony materializados na forma e no conteúdo dos romances, mais especificamente nas vozes dos narradores, dos personagens e na maneira com a qual os romances foram orquestrados. É por meio das relações dialógicas presentes nas obras com o contexto de produção e da diversidade de discursos que as compõem que se pretende apontar de que forma o discurso de repressão e de resistência foi materializado nos romances. Para tanto, será feita uma análise comparativa entre as três obras tendo como recorte metodológico as vozes dos narradores, os discursos dos personagens e a forma como as obras foram estruturalmente organizadas. Isso posto, verificar-se-á, comparativamente, como esses sujeitos (narradores e personagens), que são responsáveis por compor a plurivocalidade do romance, apresentam suas críticas à ditadura e como este cenário político é refratado. As discussões e análises deste trabalho se fundamentarão, principalmente, nos pressupostos teóricos e metodológicos da teoria bakhtiniana e do chamado Círculo de Bakhtin, especialmente nas contribuições de Valentim Volóchinov e Pavel Medvedev. As reflexões acerca dos impactos da ditadura militar na sociedade brasileira terão como principal sustentação teórica os estudos de Pontes (2013; 2018), Arns (1987), Schwarcz e Starling (2015) e Napolitano (2014), que traçam um panorama dos anos de repressão e censura pelos quais passou a sociedade brasileira daquele período e que foram refratados nas obras aqui analisadas. As análises desenvolvidas nesta tese apontaram, essencialmente, que os discursos de repressão e de resistência preencheram não apenas aquele contexto ditatorial, mas também as três obras aqui estudadas, tendo em vista que foram refratados, principalmente, nas vozes dos narradores, personagens e na forma estrutural com a qual os romances foram orquestrados. |