Resolubilidade de problemas visuais em um serviço terciário triados por uma unidade móvel oftalmológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ferreira, Gabriel de Almeida [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151644
Resumo: Introdução: No Brasil o Sistema Único de Saúde (SUS) é responsável por prover assistência universal a saúde para toda a população. Contudo, o acesso ao atendimento oftalmológico é sabidamente deficitário. As Unidades Móveis Oftalmológicas (UMO) podem facilitar o acesso ao atendimento oftalmológico à população, sendo importante a interface com o serviço terciário, para onde devem ser referenciados os casos mais complexos e os que exigem tratamento cirúrgico. Objetivo: Verificar a efetividade do atendimento oftalmológico realizado em um centro de referência após triagem oftalmológica realizada pela UMO. Materiais e Métodos: Estudo prospectivo realizado com pacientes atendidos em 10 municípios do centro-oeste paulista em 2015. Os pacientes passaram por consulta oftalmológica completa na UMO e os com necessidade de procedimentos ou avaliações complementares foram encaminhados ao centro de referência da região, o Hospital das Clínicas de Botucatu (HCFMB). As informações dos pacientes encaminhados foram pesquisadas no prontuário eletrônico da instituição para verificar o comparecimento, tempo até a consulta, tratamento realizado e complicações. Além disso, foram utilizados dados demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Análise estatística realizada no SPSS 22.0, considerado significativo p<0,05. Resultados: Foram atendidos 1928 indivíduos pela UMO, sendo encaminhados 714 (37,0%) ao serviço especializado. A média de idade dos encaminhados foi 57,12±19,53 anos, sendo 59,9% do gênero feminino, com acuidade visual (AV) corrigida no melhor olho de 0,37±0,36 logMAR, sendo 47 (6,6%) cegos e 185 (26,5%) deficientes visuais, com maior prevalência nos mais idosos. O maior número de encaminhamentos foi ao ambulatório de catarata (48,6%) seguido pelo ambulatório de Plástica Ocular/Doenças Externas (28,3%), sendo o principal diagnóstico a catarata (44,7%) seguido por pterígio (14,7%). Dos pacientes encaminhados, 67,1% efetivamente compareceram ao serviço especializado, nos quais houve concordância do diagnóstico em 88,5% dos casos. Houve maior prevalência de cegos e deficientes visuais dentre os que compareceram, além de serem provenientes de municípios mais distantes, com maior número de habitantes e com mais oftalmologistas (p<0,05). O tratamento foi considerado concretizado em 65,6% dos pacientes, sendo a principal causa de não concretização a perda de seguimento (50,7%). Foram realizadas 313 cirurgias de catarata, com redução de 20 para 2 cegos e de 87 para 2 deficientes visuais (p<0,001). Conclusão: A taxa de comparecimento de pacientes encaminhados diretamente de uma UMO a um serviço especializado foi de 67,1%, com resolubilidade completa em 65,5% dos casos. Houve melhora significativa da AV e redução da prevalência de cegos e deficientes visuais após as cirurgias realizadas.