Dança, imagem corporal e deficiência: questões socioafetivas em mulheres cegas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Cordeiro, Suelen Cristina [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204628
Resumo: A mulher com deficiência, enfrenta ainda hoje resquícios de um passado de dificuldades e desafios encarados, sejam estes arquitetônicos, culturais ou sociais, buscando sua independência e seu lugar na sociedade. A presente pesquisa teve como objetivo conhecer e descrever aspectos socioafetivos de mulheres com cegueira adquirida, verificando por meio de seus relatos possíveis mudanças entre o antes e o depois da deficiência, além de buscar possíveis influências da dança e imagem corporal na vida destas pessoas. Participaram da pesquisa duas (2) mulheres adultas jovens com deficiência visual adquirida, membros do “Lar Escola Santa Luzia para Cegos”, instituição para pessoas com deficiência visual localizada no município de Bauru/SP. O instrumento de coleta de dados foi um roteiro de entrevista semiestruturado - gravado em áudio e posteriormente transcrito - porém, a interlocução se deu de forma livre, possibilitando indagações conforme os assuntos surgiam durante o processo dialógico. Os resultados foram agrupados e apresentados em quatro categorias temáticas: a) relações sociais – onde vimos que diminui em função da cegueira e retrata a necessidade de engajamento contra o capacitismo vigente; b) relações familiares – o apoio familiar se mostrou um fator que torna uma pessoa com deficiência mais confiante e consequentemente mais preparada para os desafios cotidianos, c) sexualidade – se tornou mais prazerosa, a deficiência não as impede de ter desejos e vontades afetivo-sexuais; e d) corporeidade/dança – o empoderamento em relação à corporeidade e sexualidade, encontrando na dança um modo de expor seus sentimentos e explorar seus gostos e anseios. Com estes resultados, pudemos concluir que existe uma exclusão de mulheres com deficiência, inclusive em seu próprio círculo social, mas pudemos ver que o apoio familiar as empodera para que possam enfrentar os desafios presentes na sociedade. A dança se torna um modo de expressão, além de um meio de transformar os rumos de outras vidas, e instigar o público, expondo seus corpos e trazendo a diversidade para todos os palcos, inclusive o palco da vida.