Resistência ao sugarcane yellow leaf virus e ao afídeo vetor Melanaphis sacchari em cultivares de cana-de-açúcar e suas interações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Bertasello, Luiz Eduardo Tilhaqui
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/217864
Resumo: RESUMO - O amarelecimento foliar da cana-de-açúcar, causado pelo sugarcane yellow leaf virus (ScYLV) e transmitido pelo afídeo Melanaphis sacchari, é uma das doenças mais importantes dessa cultura, provocando danos às plantas e perdas econômicas. A principal forma de controle da doença é o uso de cultivares resistentes, no entanto, para adoção de estratégias de controle mais eficientes é necessário um melhor conhecimento sobre as interações do patossistema planta-vírus-vetor. O objetivo da pesquisa foi compreender melhor as interações entre o ScYLV, cultivares de cana-de-açúcar e o afídeo vetor M. sacchari bem como avaliar e caracterizar oito cultivares de cana-de-açúcar visando identificar potenciais fontes de resistência. Os experimentos de fenotipagem em campo e a quantificação viral por RT-qPCR foram conduzidos no Centro de Cana do Instituto Agronômico - IAC em Ribeirão Preto/SP, e os experimentos de comportamento alimentar por meio da técnica de EPG, preferência e desempenho biológico foram realizados no Departamento de Entomologia e Acarologia da ESALQ-USP em Piracicaba/SP. Foram avaliados a severidade dos sintomas foliares da doença em campo, os mecanismos de resistência ao inseto por desempenho biológico, preferência e comportamento alimentar, e quantificação da concentração viral por RT-qPCR, em diferentes estádios fenológicos das plantas. Destaca-se a cultivar IACBIO-266, a única caracterizada como resistente, sem presença de sintomas em campo e com título viral em níveis não detectáveis ao decorrer do tempo. As cultivares SP71-6163 e IACSP01-3127, com 12 meses após o plantio, apresentaram maior aumento do título viral em 15,4 e 23,7 vezes, respectivamente, em comparação com 0 meses após o plantio. De maneira geral, durante os registros de EPG, na cultivar IACSP96-7569 os insetos apresentaram dificuldades mecânicas durante a penetração estiletar no processo de alimentação, com atividades floemáticas mais curtas, principalmente na fase de ingestão, portando a cultivar foi considerada a mais resistente ao M. sacchari frente as outras cultivares testadas. A infecção viral apresentou resultados significativos quanto ao desempenho biológico dos insetos, demonstrando variação entre os parâmetros observados, destacando-se as cultivares IACBIO-266 e IACSP95-5000. A correlação entre os resultados observados em todos os experimentos possibilitou caracterizar as cultivares de cana quanto aos padrões de suscetibilidade e resistência ao ScYLV, assim como ao inseto vetor. Inferimos que o conjunto de fatores envolvidos na infecção pelo ScYLV, nas diferentes cultivares de cana-de-açúcar, podem induzir alterações fisiológicas na planta hospedeira, influenciando o desempenho e comportamento do inseto vetor, podendo favorecer ou dificultar a transmissão viral.