Sob o signo de Exu: nas sendas da comunicação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Lopes, Romildo Sergio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/255971
Resumo: Este trabalho constrói uma tese de doutoramento e foi elaborado em formato ensaístico, tendo como objeto a ancestralidade como modelo analítico em comunicação. A tese defendida é que a ancestralidade é uma tecnologia legada a nós pelos povos escravizados da África, ressignificada de maneira sincrética em território brasileiro, onde incorporou contribuições de outras culturas sem perder seu traço de originalidade e, também, de maneira sintética, na medida em que se constitui como uma proposição não generalizante que aponta para a abertura. Sua forma de ação é o afeto na partilha de sensibilidades mais do que de conhecimentos, afeto aqui entendido como uma estética do movimento em detrimento do pensamento estático e categorizante. A ancestralidade, como modelo analítico, refere-se à identificação e à conexão com as raízes, tradições e conhecimentos das gerações anteriores. Ancestralidade compreende a herança cultural, étnica e histórica de determinado grupo ou comunidade, e podemos, por meio dela, explorar o potencial das histórias em quadrinhos brasileiras – formato midiático elencado –, que podem desafiar as narrativas hegemônicas e construir representações mais autênticas e inclusivas. As obras selecionadas para compor o corpus de análise: Encruzilhada (Marcelo D'Salete, 2016, 160 páginas), Cumbe (Marcelo D'Salete, 2018, 192 páginas), Conto dos orixás (Hugo Canuto, 2019, 120 páginas) e Carolina (Sirlene Barbosa e João Pinheiro, 2018, 128 páginas) totalizam 600 páginas. A metodologia adotada para a tarefa é construída a partir da asserção que equipara o conceito de mediações de Jesús Martín-Barbero (2004) ao interpretante da semiótica de matriz peirciana. Tem-se como resultado a definição de quatro categorias que serão os pilares das analises: mito, corpo, rito e encantamento. Entre elas, há quatro subcategorias que ajudam a tensionar as investigações: religiosidade, comunicação, movimento e memória. Os resultados das análises corroboram o potencial do método em desenvolvimento, bem como demonstram, em algum nível, o quanto os marcadores ancestrais da cultura afro-brasileira podem ser determinantes a nossa construção narrativa. Por isso, tem-se na ancestralidade uma forma de investigação não só adequada, como também necessária.