Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Vieira, Ednéia Minante [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/154374
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Resumo: |
Ancorando-se nos estudos acerca da espacialidade literária, a presente pesquisa analisa como o espaço narrativo se configura no romance Aos 7 e aos 40, de João Anzanello Carrascoza, e de que forma as referências espaciais, ao serem percebidas sensorialmente, contribuem para a inserção da subjetividade na narrativa. A pesquisa, ao ter como objeto de análise o romance em questão, também reflete acerca do lugar que Carrascoza ocupa na literatura brasileira contemporânea, bem como questiona se a espacialidade explorada pelo escritor assemelha-se àquela que a crítica literária, comumente, aborda na prosa recente. Para isso, fizemos, inicialmente, uma breve contextualização das principais tendências na ficção contemporânea, destacando as reflexões feitas por Karl Schøllhammer e por Beatriz Resende, e pontuamos como o espaço narrativo se configura na contemporaneidade, remetendo às observações feitas por Regina Dalcastagnè, a fim de que, assim, pudéssemos pensar a respeito da inserção da produção carrascozeana nesse cenário. Após isso, aprofundamos nossa pesquisa nas teorias acerca do espaço narrativo, valendo-nos, inicialmente, dos apontamentos do antropólogo Michel de Certeau sobre os termos “espaço” e “lugar”, e de que maneira esses conceitos permitem uma análise mais completa quanto a essa temática. Também foram discutidas as considerações feitas por Maurice Merleau-Ponty acerca da percepção espacial realizada pelos sentidos, bem como as reflexões feitas por Ludmila Brandão a respeito das forças expressivas que o sujeito insere nos espaços, singularizando-os. Por fim, reportamos à teoria do fenomenólogo Gaston Bachelard quanto à poética do espaço, sobretudo no que diz respeito à configuração espacial da casa de infância, e ao conceito de cronotopo, postulado por Mikhail Bakhtin. Tendo as fontes teóricas como fundamentos e partindo da premissa de que a espacialidade carrascozeana enfatiza os espaços íntimos, domésticos, de forma subjetiva, destoando do espaço urbano amplamente explorado na contemporaneidade, analisamos a obra e mostramos como a espacialidade apresenta-se nas duas fases da vida (infância e meia-idade) do protagonista, evidenciando a maneira como os espaços são explorados e praticados de forma sensorial e corporal por ele. Com destaque aos espaços íntimos, a narrativa enfatiza a casa da infância, grande cronotopo a unir em um mesmo espaço dois tempos, e, ao ser rememorada e revisitada, contribui para que o protagonista reencontre a si mesmo. Por meio desta pesquisa, verificamos que a espacialidade e a subjetividade são os pilares do romance Aos 7 e aos 40, e, por isso, podem ser consideradas peças fundamentais para melhor entendimento da obra e da literatura de João Anzanello Carrascoza no cenário literário recente. |