Território e mobilidade social: o nikkei como profissional liberal no município de Presidente Prudente/SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sousa, Adriano Amaro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191363
Resumo: A presente tese tem por objetivo compreender a trajetória de mobilidade espacial e social dos profissionais liberais nikkeis no município de Presidente Prudente/SP, por meio dos estratos ocupacionais centralizados nas especialidades de advocacia, de arquitetura, de engenharia civil, de medicina e de odontologia, vislumbrando uma dinâmica de mobilidade para o estudo pelo território e pela territorialidade, dentro de uma escala temporal entre as décadas de 1950-1980, sendo o sujeito da pesquisa o nikkei a partir da segunda (nissei) e da terceira (sansei) geração de descendentes de japoneses no Brasil. Para tanto, os aspectos teórico-metodológicos estão balizados pelos depoimentos orais dos 16 entrevistados nikkeis, que estão descritos e analisados pela literatura especializada da ciência geográfica, através dos conceitos de território de possibilidades e de mobilidade diferenciada. Nessa perspectiva, a mobilidade espacial e social dos profissionais liberais nikkeis tem na educação à motivação para os múltiplos deslocamentos, que perpassam por alguns municípios estratégicos (família, colônia, escola e pensão), no intuito de oferecer o ensino ao nissei e sansei, já que o município de origem nos idos de 1950/1960/1970 não possuía o curso ginasial e o colegial. E muito menos o cursinho preparatório para o vestibular que geralmente era localizado nos grandes centros urbanos (São Paulo/SP, Rio de Janeiro/RJ e Curitiba/PR). Coube aos isseis (1° geração) depois da II Guerra Mundial estimular as famílias que se reterritorializaram no Oeste Paulista para investir na educação dos filhos. Enquanto isso a família nipo-brasileira territorializada permanecia no trabalho da lavoura ou do comércio e, posteriormente, quem passou a ter mais mobilidade na família nipo-brasileira foi o filho nikkei escolhido para o estudo. Todavia, a mobilidade diferenciada (percurso/estratégia/valorização intelectual) dos profissionais liberais nikkeis pela historia oral (vida/estudo/carreira) na tese se apresentou como um projeto familiar pelo incentivo e custeamento dos estudos dos filhos, no âmbito de ter um filho doutor, dando notoriedade, prestígio e status para o sobrenome da família na sociedade receptora local. E, também, era um projeto individual sobre o ponto de vista do nikkei que tinha que se destacar nos estudos para poder entrar numa faculdade pública e/ou renomada. Por fim, o município de Presidente Prudente/SP foi o território de possibilidades para os profissionais liberais nikkeis (tanto os naturais quanto os de fora) que aqui instalaram seus escritórios, consultórios, clínicas e hospitais, sendo um lugar de oportunidades e de negócios para os profissionais que investiram nas carreiras dos segmentos liberais especializados.