Camilo Castelo Branco e o retrato da Imprensa em Coração, Cabeça e Estômago e na trilogia da Felicidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Greco, Letícia de Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/213455
Resumo: Impulsionada pela Revolução Industrial e pelas Revoluções liberais dos séculos XVIII e XIX, a Imprensa cresce e se desenvolve, conforme o número de leitores aumenta. Ao contar com a colaboração de notáveis escritores a partir do século XIX, torna-se uma importante Instituição com capacidade de mobilização da opinião pública. Um desses colaboradores, em Portugal, foi Camilo Castelo Branco, que como escritor utilizou o espaço dos jornais para publicar folhetins e como jornalista aproveitou os jornais como um meio para polemizar e criticar setores diversos, inclusive a própria Imprensa. Desta maneira, Jornalismo e Literatura caminhavam juntos, estalecendo entre si uma relação cada vez mais estreita. Conhecendo de perto ambas as Instituições, Camilo retratou em pelo menos sete romances personagens que assim como ele eram jornalistas, escritores e poetas. O objetivo deste trabalho é analisar quatro destes romances – Coração, Cabeça e Estômago (1862) e as três obras que compõem a chamada trilogia da Felicidade: Onde Está a Felicidade? (1856), Um Homem de Brios (1856) e Memórias de Guilherme do Amaral (1863), buscando verificar o retrato que Camilo faz da Imprensa e da Literatura, enfatizando a análise nos personagens-jornalistas dos romances citados. Para isso, utilizamos trabalhos de pesquisadores da Imprensa, da História da Imprensa, da História de Portugal e do Romantismo, movimento literário em voga no período das publicações. Sendo assim, como resultados encontramos nos quatro romances a predominância de uma face camiliana ambígua e satírica, que não hesita em tecer críticas negativas, por meio da voz de seus personagens, à sociedade do Porto, ao Romantismo e à própria Imprensa, retratada como uma Instiuição pobre, com rotinas árduas e rígidas, e que age de modo parcial. Os jornalistas, por sua vez, são retratados, em muitas situações, como profissionais motivados pela busca de ascensão financeira e social. Por outro lado, Camilo defende a Insituição ao retratar o tema da liberdade de Imprensa e criticar a censura.