Interferências linguísticas e interlíngua: a aprendizagem de Português Língua Estrangeira por peruanos hispanofalantes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Altamirano Robles, Ana María del Pilar [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/137913
Resumo: Esta pesquisa visa a estudar as interferências linguísticas nos níveis semântico, sintático e ortográfico, presentes no desenvolvimento da interlíngua de um grupo de alunos peruanos hispanofalantes do nível intermediário de português como língua estrangeira. A investigação buscou verificar as interferências linguísticas presentes nas produções escritas daqueles alunos, considerando a proximidade linguística entre o espanhol e o português, com o objetivo de avançar na descrição da interlíngua de alunos peruanos hispanofalantes e contribuir para o estudo do ensino e da aprendizagem de português como língua estrangeira. A hipótese deste trabalho é a de que os traços linguísticos da língua materna pode influenciar de modo negativo a aprendizagem do português por serem consideradas línguas próximas. A análise foi realizada com base na metodologia da Linguística Contrastiva em um corpus de 70 textos elaborados por 50 alunos peruanos hispanofalantes do nível intermediário de português como língua estrangeira, em dois Centros de Línguas em Lima, Peru. Além disso, foi aplicado um questionário semiestruturado no qual se propôs uma reflexão acerca do papel da língua materna, o espanhol, no processo de aprendizagem do português dos aprendizes em questão. A partir do referencial teórico sobre interlíngua e as análises das interferências linguísticas baseadas no contraste entre o espanhol e o português, a pesquisa obteve resultados que revelaram informações significativas sobre as ocorrências das interferências nos níveis semântico, sintático e ortográfico, evidenciando, quantitativa e qualitativamente, as mais comuns na aprendizagem dos alunos, permitindo, assim, identificar os casos sistemáticos de interferências linguísticas recorrentes nas referidas produções escritas. Observou-se que o uso das normas linguísticas da língua materna dificultou a elaboração das produções escritas em português, pois de modo genérico, no nível semântico, os alunos peruanos hispanofalantes recorreram ao uso continuo de palavras da língua materna e criaram palavras na língua estrangeira com base nas raízes utilizadas em espanhol; no nível sintático, as interferências se evidenciaram no uso incorreto e na omissão de preposições, e em casos de concordância nominal nos quais se identificou a transferência da língua materna no uso de gênero; enquanto no nível ortográfico, os casos de omissão de acento em palavras paroxítonas, oxítonas e monossílabas foram os mais comuns devido ao uso das normas de acentuação em espanhol pelos aprendizes peruanos.