Efeito citotóxico e ação antimicrobiana/antibiofilme de híbridos de curcumina e cinamaldeído sobre microrganismos de interesse endodôntico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santos, Vanessa Rodrigues dos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182000
Resumo: Embora o tratamento endodôntico convencional reduza significativamente a microbiota presente no interior dos canais radiculares, a permanência de microrganismos devido à complexidade anatômica do sistema de canais radiculares e a resistência destes ao tratamento químico-mecânico pode ocasionar infecções persistentes ou secundárias. Muitos estudos têm explorado o uso de fitoquímicos, buscando obter novos compostos que apresentem propriedades farmacológicas. A curcumina, pigmento amarelo isolado dos rizomas da Curcuma longa (Zingiberaceae), e o cinamaldeido, substância volátil responsável pelo odor e sabor das cascas dos caules de plantas do gênero Cinnamomum (Lauraceae) são possíveis substâncias promissoras. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito citotóxico e ação antimicrobiana/antibiofilme de compostos híbridos de curcumina e cinamaldeído sobre microrganismos de interesse endodôntico. Foram realizados ensaios para determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Concentração Bactericida Mínima (CBM) do cinamaldeído, da curcumina e dos 23 híbridos sobre Enterococcus faecalis, Streptococcus mutans, Lactobacillus casei, Actinomyces israelii e Fusobacterium nucleatum. Os melhores compostos foram avaliados em ensaios de biofilme simples (cada cepa bacteriana isoladamente) e dual-espécies (E. faecalis + L. casei, E. faecalis + S. mutans, E. faecalis + A. israelii, E. faecalis + F. nucleatum) em placas de poliestireno objetivando-se determinar o efeito sobre o metabolismo bacteriano utilizando o ensaio de XTT e sua viabilidade através da contagem das Unidades Formadoras de Colônias (UFCs), após 24 ou 48 horas de exposição ao composto. A toxicidade também foi avaliada sobre fibroblastos (linhagem L-929) utilizando o ensaio de methyltetrazolium (MTT). Além disso, biofilmes mistos com as mesmas espécies bacterianas selecionadas e multiespécies com amostras de biofilme humano foram formados em dentina radicular de dentes bovinos e após tratamento de 48 horas com o composto/controle, foram avaliados por microscopia confocal. Os dados apresentaram distribuição normal e as diferenças entre grupos (antimicrobianos e tempos de crescimento – 1 ou 2 semanas) foi analisada por ANOVA (One-way ou Two-way) seguido pelo teste de Tukey. Dos 25 compostos testados, 9 deles apresentaram efeito inibitório para, no mínimo, uma das espécies bacterianas testadas com valores de MIC/MBC variando entre 0,009 a 0,625 mg/mL. O composto LA11 e o controle clorexidina (CHX) apresentaram o melhor efeito inibitório para todas as espécies bacterianas testadas e, por este motivo, foram selecionados para os ensaios subsequentes. LA11 apresentou compatibilidade em fibroblastos em concentração superior à da Clorexidina (CHX) e teve efeito superior ou semelhante à CHX, reduzindo estatisticamente o metabolismo e viabilidade bacteriana nos biofilmes simples e dual-espécies, sendo que biofilmes de S. mutans foram os mais afetados. Para os biofilmes formados em dentina radicular, LA11 teve efeito significante sobre os biofilmes mistos com redução de 85,93%, enquanto que nos biofilmes multiespécies, a redução microbiana foi de 33,76%. Conclui-se que o composto híbrido LA11 apresentou citocompatibilidade e efeito antimicrobiano e contra biofilme de espécies bacterianas relacionadas às infecções radiculares e poderia ser uma opção de agente antimicrobiano para aplicação no tratamento endodôntico.