Efeito da administração de anticoagulantes sobre a recuperação embrionária de éguas superovuladas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rodrigues, Lucas Troncarelli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191167
Resumo: A superovulação é uma biotécnica utilizada nos programas de transferência de embrião e proporciona diversos benefícios devido ao maior número de ovulações por ciclo. Entretanto, os protocolos superovulatórios na espécie equina ainda não são utilizados rotineiramente, pois apresentam resultados inconsistentes relacionados a baixa taxa de recuperação embrionária frente ao número de ovulações, estando muito aquém do esperado quando comparado a espécie bovina. Atualmente, sabe-se que uma das possíveis causas responsáveis por este fato pode estar relacionada pela formação de grandes coágulos de sangue obstruindo a fossa da ovulação, dificultando assim a captação do oócito para o interior da tuba uterina. Desta forma, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito da utilização de dois tipos de anticoagulantes parenterais (heparina não fracionada - HNF e heparina de baixo peso molecular - HBPM) em éguas superovuladas com extrato de pituitária equina (EPE), sobre a posterior taxa de recuperação embrionária. Foram utilizados quatro ciclos estrais de 11 éguas, sendo subdivididos em quatro grupos: Grupo 1 (G1) utilizado como controle; Grupo 2 (G2) receberam 25 mg de EPE intramuscular (IM) a cada 12 horas sendo a primeira e a terceira administração associada a 5 mg de dinoprost-trometamina (IM) e solução fisiológica 0,9% única aplicação 35 horas após indução da ovulação; Grupo 3 (G3) foi utilizado mesmo protocolo superovulatório, sendo substituído a solução fisiológica por um dos anticoagulantes, Heparina Sódica 450 UI/Kg/IV, e Grupo 4 (G4) onde as éguas foram superovuladas pelo mesmo protocolo mencionada acima e receberam 1 mg/Kg/IV de Enoxaparina Sódica. Os animais foram aleatoriamente designados aos quatros grupos em cross-over design, nos quais todos foram submetidos a todos os tratamentos. O intervalo de um ciclo estral para cada égua foi utilizado entre os tratamentos. Os tratamentos foram iniciados no sétimo dia pós-ovulação. A duração do tratamento com EPE não excedeu oito dias, sendo interrompido quando a maioria dos folículos atingissem diâmetro adequado para indução da ovulação. A indução da ovulação foi realizada utilizando 1 ml (250μg) de GnRH (Histrelina Acetato) intramuscular e 2500 UI de hCG (Gonadotrofina Coriônica Humana) intravenoso quando o(s) folículo(s) atingisse um diâmetro médio entre eles de 35 mm em ambos os grupos. A partir da indução da ovulação, 24 horas após as éguas foram inseminadas com sêmen a fresco de um garanhão de fertilidade comprovada. A colheita de embriões foi realizada no nono dia após a primeira ovulação detectada. Para cada animal submetido ao tratamento com anticoagulante foram realizadas avaliações laboratoriais (hemograma e coagulograma). Para isso foram padronizados os seguintes momentos de avaliação; para hemograma as amostras de sangue foram coletadas nos momentos prévio a administração do anticoagulante (T0 hora) servindo como controle, e três horas após a aplicação do anticoagulante (T3 horas), já para o coagulograma as amostras foram coletadas nos momentos T0, T1, T2, T3, T6, T9 e T12 horas após aplicação do anticoagulante. Os resultados demostraram maior (p<0,05) número de ovulações nos grupos de éguas superovuladas (G2 – 4,6±0,4; G3 – 5,2±0,5; G4 – 4,9±0,6) em relação ao G1 (1±0). Já o número de embriões recuperados por égua não diferiu (p>0,05) entre o G1 (0,6±0,2) e G2 (1,6±0,5), no entanto, foi maior para os grupos que receberam anticoagulantes G3 (2,5±0,3) e G4 (2,6±0,6) em relação ao G1. Quando a taxa xiii de recuperação embrionária por folículo ovulado foi avaliado, os resultados demostraram que os grupos tratados com anticoagulantes apresentaram taxas similares (G3 – 50%; G4 – 52%) em comparação ao grupo controle (G1 – 64%), já o grupo superovulado controle (G2 – 36%) apresentou tendência de redução (P = 0,8) em relação ao G1. Em relação a avaliação laboratorial, os valores hematológicos dos animais em ambos os grupos que receberam anticoagulante (G3 e G4) no momento T3 horas não diferiu (p>0,05) em relação ao momento T0 hora, mantendo-se dentro dos valores de referência. Quanto ao coagulograma, para o G3 os valores de tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPA) a partir de uma hora após aplicação (T1 hora) apresentou aumento significativo se manteve até doze horas após aplicação (T12 horas), onde todos os momentos diferiram-se (p<0,05) em relação ao momento (T0 hora), já para o tempo de protrombina (TP) houve um aumento (p<0,05) após aplicação do anticoagulante (T1-T2 horas) em relação ao tempo de avaliação pré aplicação (T0 hora), reduzindo-se gradativamente a partir de três horas até doze horas após aplicação (T3-T12 horas), não diferindo (p>0,05) em relação do T0 hora. Para o G4, uma hora após a aplicação (T1 hora) houve um aumento (p<0,05) da atividade plasmática fator anti-Xa, apresentando um constante declínio até doze horas (T12), não apresentando diferença (p>0,05) apenas neste momento em relação ao T9 horas e T0 hora. Desta forma, pode-se concluir que o protocolo proposto no presente estudo é uma alternativa para melhoria das taxas de recuperação embrionária em éguas superovuladas com EPE, mostrando-se seguro para o uso de ambos os tipos de anticoagulantes sem apresentar alterações hematológicas ou efeitos adversos que possam comprometer ou colocar em risco a condição clínica do animal.