Avaliação da taxa de continuidade e satisfação do implante liberador de etonogestrel inserido para contracepção em adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Amorim, Raissa Lorena Brito [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/310099
Resumo: Objetivo: Avaliar o grau de satisfação e a taxa de continuidade entre adolescentes que optaram pelo uso do implante subdérmico de etonogestrel para contracepção, além de analisar o padrão de sangramento após a inserção. Métodos: Trata-se de uma coorte prospectiva realizada com adolescentes de 12 a 19 anos que inseriram o implante de etonogestrel (ENG) para contracepção e aceitaram participar da pesquisa. Os questionários foram aplicados durante consultas agendadas e/ou por contato telefônico no dia da aplicação do dispositivo, 3 e 6 meses após. Os formulários abordavam os seguintes aspectos: características demográficas e socioeconômicas; antecedentes obstétricos e ginecológicos; avaliação da satisfação com o método; desejo de continuidade do uso e padrão de sangramento menstrual antes e após a inserção do método contraceptivo. Resultados: Foram incluídas 84 pacientes com mediana de idade de 16 anos (12;19). Entre elas, 20% já haviam engravidado, sendo que 70% das gestações não foram planejadas. No momento da inserção, 67,9% das adolescentes utilizavam contracepção hormonal e 60% apresentavam sangramento com frequência normal. A duração do fluxo menstrual era considerada normal em 80% dos casos, porém 46,4% tinham sangramento intenso ou com coágulos. Não houve diferença estatisticamente significativa na satisfação, na segurança e no padrão de sangramento entre as avaliações de 3 e 6 meses. Mais de 80% das pacientes relataram satisfação com o método, e cerca de 90% sentiram-se seguras com seu uso. Após a inserção, aproximadamente 65% e 73% das pacientes apresentaram um padrão de sangramento favorável nas avaliações de 3 e 6 meses, respectivamente. A taxa de descontinuidade foi de 3,6% em 6 meses, principalmente devido a sangramento persistente. Aos 3 meses, a satisfação foi significativamente maior entre aquelas com padrão de sangramento favorável (94,3% vs. 68,9%; p < 0,01). A taxa de insatisfação foi maior no grupo com padrão desfavorável (24,1% vs. 1,8%; p < 0,01). Aos 6 meses, a diferença entre os grupos não foi estatisticamente significativa (p = 0,12). Conclusão: Os dados mostram que a continuidade e satisfação com o implante de etonogestrel entre adolescentes foram elevadas. O padrão de sangramento apresentou tendência a ser favorável durante o período de adaptação ao método, tanto em frequência quanto em volume de sangramento. Dessa forma, incentivar e promover maior acesso a este contraceptivo pode ser uma eficaz para prevenir gestações indesejadas na adolescência.