Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Costa, Elvio Carlos da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/215798
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Resumo: |
A sexualidade humana vem sendo discutida e estudada por pesquisadores de diversos campos do conhecimento, sobretudo no da educação. Este estudo lançou olhar, especificamente, aos(às) professores(as) homossexuais que atuam nas escolas e que cotidianamente enfrentam preconceitos e discriminações advindos de alunos, pais, colegas professores, coordenação e direção escolar, devido à sua orientação sexual. O objetivo deste estudo foi o de conhecer quais são as representações de professores(as), equipe gestora e supervisão, sobre a homossexualidade docente no ambiente escolar das Escolas Técnicas Estaduais (ETECs). Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa. Foram utilizados dois instrumentos na coleta de dados: 1) questionário online aplicado a 80 professores e equipe gestora (direção, coordenação pedagógica e orientação educacional) de 15 ETECs; 2) entrevista semiestruturada aplicada a dois supervisores educacionais do Centro Paula Souza (CPS), totalizando 82 participantes. Os resultados indicam que 49,45% dos participantes apresentam representações consideradas positivas sobre a homossexualidade, ou seja, mais favoráveis à diversidade, além de se preocuparem com uma sociedade mais justa e igualitária. Ainda, 59% expressam que a homossexualidade é “Orientação Sexual” e 41% afirmam que os homossexuais nascem assim, manifestando uma visão essencialista pautada nos aspectos biológicos. Verificamos que 83% acreditam que a homossexualidade docente não influencia na orientação sexual dos(as) alunos(as). No que tange ao preconceito, 37% afirmam ter presenciado situações de homofobia no ambiente escolar, sendo a violência verbal e simbólica os dois principais tipos de violências contra professores(as) homossexuais nas ETECs. Em referência às ações e contribuições do CPS acerca da temática homossexualidade, identificamos divergências de percepções, principalmente no que tem sido feito ou que ainda pode ser realizado. Dessa forma, 48,75% relatam sobre a importância de desenvolver e implementar ações a fim de conscientizar e orientar a comunidade escolar quanto ao respeito e à diversidade. Notamos que apesar dos(as) professores(as) e a equipe gestora trabalharem na mesma instituição, algumas representações se diferenciam, por exemplo, nos conceitos e razões da homossexualidade e isso se justifica pelo fato de cada um vivenciar as relações com os colegas de profissão, e alunos, conforme suas possibilidades. Acreditamos que a diversidade enriquece a convivência e o relacionamento entre os atores escolares e, sobretudo, traz ganhos imensuráveis para o clima organizacional, profissional, pedagógico e afetivo da escola, por meio de novas possibilidades de interações, além de promover ricas transformações, conhecimentos e aprendizagens, em especial no que se refere ao respeito à pluralidade humana. Os nossos resultados revelam certo retrocesso em relação aos aspectos biológico e cultural acerca de gênero e de sexualidade. Entendemos que alguns dos motivos que levam os(as) professores(as) homossexuais a não se assumirem nas escolas, trata-se do medo da represália, do preconceito, da discriminação, do estigma e da exclusão social devido à sua orientação sexual, levando-os(as) a se aprisionarem no “armário”, potencializando sua invisibilidade enquanto ser humano e profissional. Reconhecemos a carência e a necessidade de ampliar as pesquisas acerca da homossexualidade docente no ambiente escolar, e sobretudo as múltiplas possibilidades de investigações nesse campo do conhecimento. |