Modulação autonômica, pressão arterial, aptidão funcional e qualidade de vida em mulheres com hipertensão arterial submetidas a um programa de Hatha Yoga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Mizuno, Julio [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/133988
Resumo: O Sistema Nervoso Autonômico (SNA) é um dos mecanismos envolvidos no controle da pressão arterial (PA). Na Hipertensão Arterial (HA) pode ocorrer aumento da modulação simpática e redução da parassimpática. A ioga apresenta exercícios de respiração (pranayamas), relaxamento e meditação, que aplicados de forma isolada podem melhorar o equilíbrio simpatovagal, mas em relação à associação dessas técnicas somada as posturas psicofísicas (modelo denominado Hatha Yoga), não há evidências conclusivas, sobretudo na HA. O objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos de um programa de Hatha Yoga na modulação autonômica, pressão arterial, aptidão funcional e percepção de saúde e qualidade de vida em mulheres com HA. Vinte e quatro mulheres, atendidas em unidade básica de saúde municipal, entre 50 e 75 anos, com HA, foram selecionadas para participar do estudo (grupo Ioga n=13 e Controle n=11). O grupo Ioga foi submetido a um programa de Hatha Yoga, durante quatro meses (3x90 minutos/semana), enquanto o Controle manteve a rotina habitual pelo mesmo período. Antes e após o programa, as pacientes preencheram questionários com informações pessoais e clínicas, realizaram avaliações para aferição da PA e frequência cardíaca; captação da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) em repouso na posição supina e na ortostática; e, testes de força, flexibilidade, coordenação e agilidade/equilíbrio. Ao final do estudo foram entrevistadas sobre a percepção de saúde e qualidade de vida. Foram utilizados os testes de análise de covariância, análise de variância de dois caminhos, teste t de Student e Wilcoxon. O nível de significância adotado foi de p<0,05. Após o programa de intervenção, no grupo Ioga foi observada melhora da resposta autonômica parassimpática (AFabs) durante a posição ortostática comparada ao supino [114(370) versus 42(77), p<0,05], redução da PA sistólica (134±10 versus 122±7, p=0,001) aumento da flexibilidade (62 ± 10 versus 66,7 ± 9, p=0,019), diminuição no tempo de execução do teste de coordenação (13,2 ± 3,4 versus 11,7± 2,5); menor percepção de dor (p=0,038), maior capacidade de locomoção (p=0,046); e, relatos associados a melhoras da dimensão física e social da qualidade de vida. O programa desenvolvido neste estudo, com os exercícios de Hatha Yoga, complementou o tratamento farmacológico para HA de forma efetiva. Os movimentos de transição entre as posições em pé, sentado e deitado no solo, associados a torções, flexões e extensões, melhoraram a aptidão funcional, e podem ter influenciado a resposta do SNA parassimpático para o coração no teste de estresse postural. Os relatos sobre a percepção da qualidade de vida revelaram elementos que corroboraram os dados quantitativos da pesquisa. A prática de Hatha Yoga mostrou-se exequível ao nível da atenção básica em saúde, representando uma opção aos exercícios tradicionalmente recomendados, como a caminhada e o exercício resistido.