Afinal, os anjos têm sexo? Concepções e ações formativas sobre a sexualidade na infância em uma rede municipal de educação infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Alduino, Camila Campos Vizzotto [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/213795
Resumo: As múltiplas e diversas individualidades presentes nas instituições escolares, pelo simples fato de sua existência, se impõem como um fato inegável, o que se multiplica ao refletirmos nas relações que se estabelecem neste contexto. Na certeza de que a qualidade destas relações influencia diretamente no desenvolvimento das crianças como um todo, e em especial, na etapa da Educação Infantil, a qual contempla uma fase extremamente importante do ponto de vista da constituição psíquica, as discussões sobre a infância e a sexualidade infantil se fazem mais do que urgentes e necessárias. Com isso, este trabalho objetivou ofertar e desenvolver um projeto de intervenção em formação continuada às profissionais da educação da Educação Infantil a fim de investigar e compreender suas percepções e ações sob o tema da sexualidade infantil. A psicanálise e alguns dados histórico-culturais foram a fundamentação teórica utilizada nesta pesquisa, que teve como participantes as profissionais da Educação Infantil de uma rede municipal de ensino de uma pequena cidade do interior de São Paulo/SP, nas quais estão inclusas todas as docentes atuantes em sala de aula, as diretoras escolares e as coordenadoras pedagógicas. Frente à possibilidade de ofertar um projeto de intervenção em formação continuada, a opção pela pesquisa-ação vem ao encontro com o intuito de transformar as realidades e a produção do conhecimento, bem como poder intervir durante todo o processo, com vistas a um sujeito participativo e autônomo e na tentativa de suprir as lacunas existentes entre a teoria e a prática. A realização deste projeto totalizou seis encontros, dentre os quais, primeiramente, houve a aplicação de um questionário, a fim de coletar os dados suficientes para elaborarmos os encontros posteriores. A construção histórica acerca da infância e da criança, desenvolvimento infantil e noções básicas de sexualidade, assim como as manifestações sexuais presentes na infância foram os temas desenvolvidos durante todo o projeto de intervenção em formação continuada. Desta forma, na utilização dos dados coletados no questionário, bem como a dinâmica dos encontros, pode-se afirmar que as profissionais da educação, em sua grande maioria, concebem as crianças desprovidas de sexualidade e que, suas manifestações sexuais são decorrentes principalmente do meio externo em que vivem, tais como a televisão, o ambiente familiar e a sociedade em geral. Frente às manifestações comportamentais que remetem à sexualidade no ambiente escolar, as participantes apresentam reações punitivas, repressivas, a exposição frente às demais crianças, o desviar para outra atividade, o ignorar e encaminhamento para terceiros, como os pais, a direção e/ou à psicóloga da escola. Comportamentos estes que não contribuem para o desenvolvimento integral das crianças, particularmente o desenvolvimento psíquico – e em decorrência os aspectos intelectuais e da socialização – das crianças. A dificuldade de dialogar, refletir e conceber a existência de sexualidade na infância se fez presente durante todo o processo e dinâmica nos encontros, o que evidencia a necessidade da continuação de formações que fomentem este tema tão polêmico e silenciado no cotidiano da escola, mas certamente essencial para o desenvolvimento de todas as crianças.