Monteiro Lobato e o Sítio do Picapau Amarelo: uma análise do pensamento geográfico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Giaretta, Liz Andréia [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/99185
Resumo: A presente pesquisa tem como propósito realizar uma análise do pensamento geográfico embutido na visão do mundo de Monteiro Lobato em sua obra literária infantil. Com isso, promoveremos a inserção dessa obra na História do Pensamento Geográfico, buscando preencher uma lacuna nessa linha de pesquisa, que tem dado pouca atenção às obras desse gênero literário. Para analisar essa visão do mundo, amparamo-nos em Lucien Goldmann que propõe o estudo das obras-primas de literatura na perspectiva do método estruturalista genético. A partir de suas orientações, analisamos o contexto histórico vivido por Lobato e as correntes de pensamento que o influenciaram a propor uma reconstrução do espaço geográfico brasileiro, pautado na ideologia de sua classe social: a burguesia industrial. Esse panorama contextualizou a análise do discurso geográfico de Lobato presente em três histórias: Geografia de Dona Benta (1935), O poço do Visconde (1937), A Chave do Tamanho (1942). Os pontos marcantes neste discurso são industrialização, integração e identidade nacional, exploração dos recursos naturais, potencialidades e problemas regionais, valorização da educação e da ciência, e uma visão ambígua do povo e do progresso, ora vistos com otimismo, ora com pessimismo, caracterizando a visão do mundo contraditória do escritor. Também detectamos nesse discurso uma Geografia pautada em concepções deterministas e darwinistas sociais e, eventualmente, uma postura possibilista, o que nos levou a crer que a obra infantil lobatiana refletiu a conjuntura da ciência geográfica da década de 1930.