Ecos permanentes do passado no presente: violência, história e memória na obra de Graciliano Ramos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Marques, Helton
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153011
Resumo: Graciliano Ramos era um escritor extremamente cuidadoso quanto à forma e reescrevia seus livros sem cessar, só os publicando quando estivessem enxutos, livres de quaisquer excessos. Seus textos literários trazem não somente o estilo “seco”, apurado e preciso do autor alagoano, mas também representam exemplarmente o contexto sócio-histórico brasileiro da primeira metade do século XX. De modo geral, a crítica literária aponta a tênue linha fronteiriça que divide, de certa forma, a obra de Graciliano em narrativas autobiográficas, memorialistas e ficcionais. Certamente essas fronteiras devem ser levadas em consideração quando analisado o conjunto da obra do autor, mas o que também se deve considerar é o traço comum que aproxima todas as narrativas, sejam as ficcionais, as memorialistas e as realmente autobiográficas, como é o caso da temática da violência e suas diversas formas de manifestação presentes na maioria de seus textos literários. É importante destacar ainda que, a partir da reelaboração literária de sua própria experiência, Graciliano, movido pela memória, procurou refletir sobre a relação do indivíduo com o Poder e as agruras da Lei, seja esta paterna ou social, retratando as formas de sociabilidade e os modos de subjetivação próprios de um contexto histórico marcado pela violência e opressão. Tendo isso em vista, esta Tese tem como principal finalidade desenvolver uma análise interpretativa da representação literária da violência na obra de Graciliano Ramos, principalmente nos romances São Bernardo, Angústia e Infância, este último a partir do capítulo-conto intitulado “Um cinturão”, destacando os possíveis vínculos entre conteúdo temático e forma literária, ou seja, analisando em que medida a matéria social e histórica é tematizada e, acima de tudo, formalizada na obra de um dos principais escritores do Modernismo no Brasil. Para tanto, os principais textos da Fortuna Crítica do autor, como os de Antonio Candido, João Luiz Lafetá e Álvaro Lins, por exemplo, e estudos de outras áreas do conhecimento, como a História, Sociologia e Psicanálise, servem como base para o desenvolvimento das análises apresentadas ao longo desta tese.