Ecologia evolutiva de caranguejos do gênero Uca: fatores abióticos e recursos alimentares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Natálio, Luís Felipe [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/141894
Resumo: Padrões de distribuição local de caranguejos chama-maré (gênero Uca) ainda não são bem definidos. A coexistência de espécies de subgêneros distintos nas mesmas regiões torna essa questão complexa do ponto de vista evolutivo. Nossa hipótese é que há diferença nas variações de fatores abióticos, na disponibilidade de alimento e no alimento consumido, entre espécies mais e menos derivadas, mesmo que ambas ocorram em locais próximos. Para testar essa hipótese avaliamos populações de três espécies de caranguejos chama-maré que ocorrem na costa brasileira: Uca thayeri (espécie mais derivada), Uca leptodactyla (espécie filogeneticamente intermediária), e Uca maracoani (espécie menos derivada), e comparamos os microhabitats colonizados por elas quanto a fatores abióticos (salinidade e umidade do sedimento), e itens alimentares presentes (matéria orgânica e clorofila a), e consumidos (isótopos estáveis). Alguns fatores apresentam níveis específicos para cada espécie, enquanto outros fatores diferem intraespecificamente, demonstrando que a distribuição de algumas espécies de caranguejos chama-maré pode não ser limitadas por fatores abióticos considerados determinantes na distribuição desses animais. Associação entre o nível de derivação das espécies em função da variação de um fator ambiental, só foi possível para salinidade e alimento consumido. Apenas os locais habitados pela espécie menos derivada não variou quanto a salinidade, que manteve-se alta, o que pode representar a conexão evolutiva com a saída do ambiente marinho. O alimento consumido foi diferente entre as espécies mais ou menos derivadas. As menos derivadas tem a dieta baseada em microfitobentos, enquanto a mais derivada tem a dieta baseada em fitoplâncton. A diferença no tipo de alimento pode estar associado a modificações em traços morfológicos nas espécies e, consequentemente, representar pressão seletiva dentro do gênero.