Lirismo, tradição e autorreflexividade crítica na poesia de Paulo Henriques Britto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Alencar, Rosana Nunes [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/138226
Resumo: Empreendemos, nesta pesquisa, um estudo crítico-analítico da produção poética que compreende os livros Liturgia da matéria, Mínima lírica, Trovar claro, Macau, Tarde e Formas do nada, de Paulo Henriques Britto, observando a relação entre o lirismo contemporâneo e o lirismo constituído pelas tradições clássico-renascentista, romântica e moderna. A hipótese é a de que para esse poeta existe um incômodo, ou seja, um mal-estar, quando a questão é o lirismo contemporâneo. A produção poética de Britto, configurada nos seis livros que publicou ao longo de 30 anos de carreira, coloca-se como autorreflexiva, questionando a sua natureza e a sua função em meio a uma época saturada de projetos, em tese, finalizados, haja vista já ter sido anunciado o fim da modernidade e o das utopias disseminadas pelas vanguardas europeias e pelo modernismo brasileiro. Seja no modo de ser da linguagem, seja na escolha de temas, seja na organização formal, investigamos nessa produção poética a constituição do lirismo na contemporaneidade que, por sua vez, retorna à modernidade, do final do século XIX e início do século XX, e retorna também ao soneto com o intuito de promover uma discussão norteada pelo uso das formas poéticas. Depreendemos, do estudo realizado, que o lirismo de Britto se constitui das leituras que faz, dos poetas que traduz, das discussões que propõe a partir das formas fixas e livres, enfim, da autorreflexividade crítica. Aliada a essa experiência poética, inserem-se possibilidades que priorizam o “aqui e agora”. Lemos, nesse “aqui e agora”, a manifestação de traços da literatura contemporânea, que vão desde o modo como o poeta se posiciona no seu presente à modulação que realiza do passado. A sua poesia demanda um trabalho de recolocar questões e, ao fazê-lo, altera o cenário por onde transita. Do ponto de vista teórico-crítico, fundamentam esta pesquisa concepções de estudiosos como Hugo Friedrich, Michel Hamburguer, Alfonso Berardinelli, Octavio Paz, Michel Collot, Gottfried Benn, Marcos Siscar, Arlenice Almeida da Silva e Célia Pedrosa.