Poluição do ar e mortalidade cardiovascular, estimativa da carga da doença e perdas econômicas em Cuiabá, MT

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Machin, Adrian Blanco [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/215002
Resumo: A poluição do ar é uma das principais causas de internação e óbito por doenças cardiovasculares. O objetivo desse estudo consiste em quantificar os anos potenciais de vida perdidos associados à exposição ao material particulado fino (PM2,5) e o custo financeiro dessas mortes em residentes de Cuiabá, MT, com 40 anos ou mais entre 2012 e 2014. Foi desenvolvido um estudo ecológico de séries temporais com dados relativos a internações e óbitos por algumas doenças cardiovasculares. A variável dependente considerada foi o número de internações e óbitos concernentes às doenças correspondentes aos códigos: (I10 - I15), (I20 - I25), (I50) e (I60 - I64), que representam em torno de 77% do total das doenças cardiovasculares (I00.0 – I99.9) da CID-10. Esses dados foram obtidos do DATASUS. As variáveis independentes consideradas foram as concentrações diárias de PM2,5 estimadas pelo modelo matemático CCATT-BRAMS, dados de temperatura mínima e umidade relativa do ar. A abordagem estatística utilizou o modelo linear generalizado da regressão de Poisson com defasagens de 0 a 7 dias. Foram estimados custos financeiros e aumentos no número de internações e óbitos decorrentes de aumentos na concentração de PM2,5 no ar. Foram estimados os anos de vida perdidos (YLL) por meio do método dos anos de vida ajustados por incapacidade (DALY) para estimar a carga de doenças devido à exposição ao PM2,5. O valor de um ano de vida (VOLY) foi então aplicado para converter o componente YLL em perda econômica. Foram 7351 internações segundo diagnóstico I00 - I99 no período e faixa etária estudados, sendo 5655 (76,9%) por doenças específicas e 809 (14,3%) resultaram em óbitos. A exposição ao PM2,5 constitui fator de risco de internação no Lag 5 RR=1,01 (IC95% 1,00 - 1,02) e Lag 6 RR=1,01 (IC95% 1,00 – 1,02) para ambos os sexos, e no Lag 2 RR=1,01 (IC95% 1,00 - 1,02), Lag 5 RR=1,01 (IC95% 1,00 – 1,03), Lag 6 RR=1,02 (IC95% 1,01 - 1,03) e Lag 7 RR=1,02 (IC95% 1,00 – 1,03) para o sexo masculino. Aumento de 5 µg/m3 na concentração de PM2,5 implicou aumentos de até 310 internações e custos na ordem de R$ 1,0 milhão para o Sistema de Saúde Pública. A associação significativa entre exposição ao PM2,5 e mortalidade cardiovascular mostrou-se no Lag 6 RR=1,12 (IC95% 1,03 – 1,21) para o sexo feminino, totalizando o YLL de 2171,9 anos, o que significa uma perda econômica da ordem dos US $ 123 milhões no período em estudo. O conhecimento dos custos das mortes prematuras pode ser utilizado para aprimorar as políticas públicas e facilitar a tomada de decisões no contexto econômico atual.