Acessibilidade na/da comunicação interna com pessoas com deficiência visual no ambiente organizacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Oliveira, Guilherme Ferreira de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/258543
http://lattes.cnpq.br/6455222966321298
Resumo: No âmbito organizacional, percebe-se a escassez de um olhar específico para condições de acesso à informação e aos processos comunicacionais das/nas organizações. Tal aspecto é perceptível também no âmbito acadêmico, nas Ciências da Comunicação e, especificamente, no campo das Relações Públicas. Assim, carece-se de uma visão ampla e interseccionada dos Estudos de Acessibilidade com o campo das Relações Públicas. A partir de tais considerações, esta pesquisa objetiva promover a discussão acerca da prática da acessibilidade na comunicação interna, a partir das percepções e experiências de pessoas com deficiência visual no contexto organizacional, pelo olhar das Relações Públicas. Objetiva-se também a) entender a relação entre teoria e prática em prol da acessibilidade no campo das Relações Públicas; b) mapear as necessidades e possibilidades de condições de acesso nos processos comunicacionais das relações organizações-pessoas com deficiência visual no cenário organizacional; e c) sistematizar as possibilidades acadêmicas e da prática profissional em prol da acessibilidade para pessoas com deficiência visual na comunicação das/nas organizações. Para tal, adota-se uma metodologia de abordagem qualitativa e caráter exploratório-descritivo. Foram realizadas: a) pesquisa bibliográfica, com a técnica de revisão narrativa da literatura; b) pesquisa de campo com pessoas com deficiência visual, com a técnica de aplicação de questionários online e anônimos de questões abertas e fechadas, para apreensão de suas percepções sobre acessibilidade na comunicação organizacional, em específico na comunicação interna. O questionário foi disponibilizado de 12 de abril a 28 de maio de 2024 e divulgado com o apoio de instituições de pessoas com deficiência visual, além de contato com profissionais da área da acessibilidade e, principalmente, da audiodescrição. A Análise de Conteúdo com foco na análise por categorias de temas foi definida como técnica de análise de dados. Assim, as categorias criadas são: a) necessidades de acessibilidade; b) utilização de tecnologias assistivas e recursos de acessibilidade; c) implicações da ausência da acessibilidade; d) autonomia, dependência e relações de poder; e) mudanças culturais e práticas profissionais na comunicação interna. Foram obtidas 40 respostas totais, mas somente 34 respostas válidas. Dos respondentes, 28 são pessoas cegas e seis são pessoas com baixa visão. Os resultados da análise indicam que a acessibilidade deve ser considerada em todas as situações e instâncias possíveis, estando presente i) na consideração das tecnologias assistivas necessárias; ii) na consideração dos aspectos de acessibilidade no âmbito dos sistemas de informação e comunicação, assim como nas plataformas e nos aparatos tecnológicos; iii) na disponibilização de versões alternativas dos veículos de comunicação; e iv) no âmbito dos conteúdos veiculados. Ainda, tem-se que a acessibilidade é mediadora das relações, provocando, na sua ausência, o inacesso à informação e prejuízos na prática laboral e na participação no ambiente organizacional. Os relacionamentos, mediados por processos interacionais e por relações de poder, são influenciados pelo capacitismo, de forma estrutural, sendo necessário que as Relações Públicas e os profissionais de comunicação interna atuem no âmbito da cultura, promovendo mudanças e novas práticas, tanto técnicas/operacionais quanto de novas formas de relacionamento.