Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Mota, Andressa Cristina Ramaglia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/153350
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Resumo: |
Acidificação oceânica, processo resultante das emissões de gás carbônico (CO2) na atmosfera pelas atividades de natureza antrópica, vem causando nas últimas décadas uma modificação no equilíbrio químico do sistema bicarbonato/carbonato e consequentemente uma diminuição do pH dos oceanos. Estimativas apontam que esta diminuição pode ser de 0,7 unidades até ano de 2300, o que pode afetar o crescimento, reprodução e até mesmo a sobrevivência das espécies. Nesse sentido, são necessários estudos que avaliem o impacto da acidificação oceânica ao nível fisiológico e molecular nas diferentes espécies marinhas. O siri Callinectes danae é um importante recurso ecológico e econômico da Região da Baixada Santista e habitante de diferentes faixas de salinidade. O presente estudo avaliou os efeitos da acidificação oceânica no siri C. danae sobre um conjunto de parâmetros fisiológicos (consumo de oxigênio, excreção de amônia, razão O:N, índice hepatossomático e capacidade osmo-e ionorregulatória da hemolinfa), e a expressão gênica da Na+/K+- ATPase, enzima importante no processo de osmorregulação e equilíbrio ácido base. Os animais foram mantidos em diferentes salinidades (20, 25, 30, 35 e 40) e nos pHs 8,0 (controle) e 7,3 (acidificado) por um período de três e trinta dias. Foi observado aumento no consumo de oxigênio nas salinidades 25 (3 dias), 20 e 40 (30 dias) provavelmente devido a uma maior necessidade energética para a manutenção de sistemas relacionado a regulação ácido-base. Também foi observada depressão metabólica na salinidade de 30 (30dias). A excreção de amônia sofreu redução nas salinidades 30 (3 dias), 25, 30 e 35 (30 dias) possivelmente devido a competição entre os transportadores Na+/H+ e Na+/NH+4. O índice hepatossomático teve aumento nas salinidades de 30 (3 dias) e 40 (30 dias) devido a uma possível necessidade acumulo de reservas em situações estressantes. O substrato energético e o padrão osmorregulatório permaneceram inalterados em todos os tratamentos. Já a concentração de Cl- e Na+ foram reduzidas nas salinidades de 25 e 35 (30dias), provavelmente devido a alguma alteração nos seus transportadores. Molecularmente, foi observada uma regulação da expressão da Na+/K+ ATPase, com diminuição nas salinidades de 35 e 40 (3 dias), e posterior aumento no período de 30 dias. O trabalho foi o primeiro a avaliar os parâmetros fisiológicos e moleculares de C.danae em diferentes salinidades. Os animais que permaneceram por mais tempo sobre a exposição de alta pCO2 são mais afetados negativamente do que os animais que foram expostos em 3 dias. As alterações observadas podem indicar que apesar de C. danae ser um animal eurialino e habitar diferentes ambientes, a acidificação oceânica pode alterar seus padrões fisiológicos e moleculares, tirando os organismos de sua homeostase, tendo consequências no crescimento, no desenvolvimento e na distribuição da espécie. |