Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Menezes, Juliana Alves Barbosa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/181200
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Resumo: |
O ensino de literatura, no Ensino Médio, frequentemente é questionado sob a acusação de que os jovens não gostam de ler os livros solicitados por seus professores em virtude de algumas listas exigidas em concursos vestibulares. Trata-se de um cenário que se apresenta em crise, no qual, porém, constatamos um movimento contrário na abordagem feita do literário em algumas práticas. Desse modo, cabe perguntar como algumas escolas, mesmo em um cenário caótico, conseguem competência leitora em avaliações como o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), por exemplo, e amenizam tal situação. Nesse sentido, o trabalho objetiva analisar as práticas de formação de leitores de literatura, no nível médio, de duas escolas, uma pública e outra privada, no estado do Paraná, localizadas, respectivamente, em Curitiba e Cascavel, que revelam boas práticas e foram escolhidas com base no resultado do ENEM de 2015. Nessas escolas, existe a formação de leitores? A literatura tem funcionado como uma experiência viva no processo de ensino? Optamos por um duplo viés, por considerar que os dados aliados à análise podem revelar um refinamento maior dos resultados. Na ordem quantitativa, interessou-nos saber: 1. Como a história de leitura dos professores impacta as aulas por eles ministradas; 2. Como os professores do Ensino Médio realizam suas escolhas de livros; 3. Identificar as práticas de leituras literária nessas escolas do Ensino Médio. Nesse sentido, a partir do cruzamento dos dados, pretendíamos identificar as práticas utilizadas para a formação de leitores das duas “melhores” escolas, pública e privada, do estado do Paraná. Como, por que e para que é ensinada a literatura na escola são questões que nortearam a pesquisa. Os instrumentos utilizados para colher os dados foram questionários com perguntas objetivas e abertas, aplicados a professores e a alunos. Além disso, realizamos a observação direta das aulas dos professores e entrevistas com esses. Como resultado da pesquisa, constatamos que, embora as escolas analisadas apresentem bons desempenhos em avalições externas, elas não revelam, necessariamente, práticas inovadoras, isto é, que contribuam para formar leitores críticos e humanos de literatura. No modelo A, constatamos uma prática um pouco mais libertária da literatura, no sentido em que se oportuniza a voz para o aluno, desse modo, a prática revela uma postura mais humana com o literário. Enquanto isso, no modelo B, analisamos uma prática mais expositiva e baseada na metalinguagem do literário, logo práticas assim se revelam como mero mecanismo da reprodução da ideologia dominante e pouco contribuem com a criticidade ou desalienação desses leitores, pois silenciam o outro. A tese contribui para que a escola básica possa repensar os objetivos e a relevância da abordagem com a literatura escolarizada, com jovens em contexto digital e para que os cursos de licenciatura tenham clareza do que pretendem na formação do docente formado em Letras. É um desafio para todos: professores, pesquisadores, famílias e governo formarem leitores críticos de literatura que enxerguem o outro nas suas singularidades e alteridades, portanto, sejam humanos. |