Poéticas do tempo, da memória e da história: escritas da cidade e seus personagens nos diálogos de Ignácio de Loyola Brandão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Vieira, Vera Lúcia Silva [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151131
Resumo: A partir da análise de corpus documental constituído por diferentes formas narrativas, como contos, crônicas, romances, relatos pessoais e diários de viagem, procuro investir sobre a produção textual híbrida – que se processa no entrecruzamento dos campos literário e jornalístico –, de Ignácio de Loyola Brandão. O objetivo consiste em problematizar as redes tecidas entre memória, cidades, tempo e história, perscrutando sua escrita política e seu papel na construção de múltiplas sensibilidades e subjetividades em torno do urbano, bem como seu exercício de apreensão, registro e testemunho do tempo. Nas tramas políticas da escrita, indago não apenas o recurso à memória e à história, nos diferentes e paralelos processos de rememoração que evoca, além do recolhimento de recursos materiais, simbólicos e afetivos para o processo criativo, mas também a trajetória do intelectual, pesquisador, escritor e jornalista que apresenta aguçada sensibilidade em relação à percepção do tempo e seus desdobramentos, além de nutrir grande interesse pela história em suas variadas possibilidades. Pautando-me por uma leitura histórica, recorto narrativas – nas quais a cidade e seus personagens constituem tema central – que figuram percursos, itinerários e viagens, sublinhando nos escritos a capacidade de enunciar complexos meandros entre razão e sentimentos, sensibilidades, desejos, medos, indiferenças e humilhações; multifacetadas dimensões da condição humana que dizem respeito a formas de experiência estética, sensível e histórica. A despeito das múltiplas violências visíveis e in(visíveis) da sociedade brasileira, destaco o valor da literatura – também em suas múltiplas modalidades – como possibilidade de contribuir para a constituição de um repertório mais ético numa cultura recorrentemente marcada pelo apagamento de rastros.