Ignácio de Loyola Brandão: memória e literatura, a escrita como exercício da indignação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Vieira, Vera Lúcia Silva [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/93226
Resumo: O escritor e jornalista Ignácio de Loyola Brandão possui grande zelo com sua documentação – anotações, diários, mapas, fotos, músicas, dicionários, livros de pesquisa e, principalmente, artigos de jornais – que, a partir de árduo trabalho de leitura e seleção, é arquivada e posteriormente utilizada como matéria-prima para a criação literária. Considerando essa primeira assertiva e buscando um diálogo interdisciplinar, a proposta deste trabalho consiste em investigar as relações tecidas entre memória, jornal e literatura no período do regime militar de 1964. À literatura conferimos um papel importante como campo privilegiado para o estudo de percepções, representações e figurações, como forma sensível de apreensão social que atribui sentidos e significados, atuando na constituição de registros de memória. A obra literária traz em seu bojo a dimensão política da arte, seu poder de construir práticas sociais, enaltecer ou recusar projetos políticos, sua capacidade de expressar desejos e sensibilidades. Bebel que a cidade comeu (1968) e Não Verás País Nenhum (1981) se inserem num conjunto vasto e bastante diversificado da produção literária que dialogou com o regime militar. Como suporte teórico, utilizamos o paradigma indiciário de Carlo Ginzburg. Tal como um detetive, o historiador parte em busca de pistas, sinais e indícios que, entrelaçados, permitem decifrar o vasto campo simbólico das experiências humanas e construir os fios da narrativa histórica. Sob forte sentimento de indignação, emerge da parte do escritor/jornalista, um desejo de memória e ―sentimento de verdade‖, como parte de um processo de ruptura e superação da memória oficial