Pensamento pós-crítico, currículo e teoria crítica: aproximações, tensões

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Barbosa, Renata Peres [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150200
Resumo: A presente pesquisa pretende realizar uma análise crítica da problemática epistemológica moderna no campo educativo, com o recorte para os estudos da teoria curricular. A proposta empreendida foi de analisar a recepção do pensamento pós-crítico nos estudos do currículo, no intuito de compreender o campo de problematização filosófico educacional acerca da teoria crítica e pós-crítica no enfrentamento das limitações do projeto moderno. O projeto da modernidade se desenvolve tendo como referências a razão, o progresso, a emancipação e a liberdade, e deposita no sujeito a capacidade para confrontar a pluralidade dos sujeitos singulares a um conteúdo universal e objetivo. No entanto, a razão moderna assume um caráter totalitário que exclui aquilo que não enquadra em suas leis, e a multiplicidade da experiência, necessária à formação humana, é negligenciada pela cegueira do formalismo lógico. São inúmeras as críticas, questionamentos radicais que colocam sob suspeita princípios basilares, dentre eles, o da possibilidade de emancipação e do sujeito racional. A crítica se articula ao discurso pós-crítico, de deslegitimação dos metarrelatos pedagógicos modernos, que prescinde da universalidade e de qualquer mediação conceitual, se apoia na contingência, no efêmero, na multiplicidade, entendendo a realidade em sua constituição discursiva. A questão aqui levantada é que o discurso pós-crítico recai num irracionalismo inevitável, no “culto à imediaticidade irracional” (ADORNO, 2009, p. 15), na esteira da instrumentalização da cultura, excluindo os potenciais críticos, na resignação a novas formas de dominação por detrás do discurso de liberdade, o que torna inconsistente sua recepção no campo educativo. Apresentamos a dialética negativa como opção metodológica para mobilizar o conceito de diferença, como suporte teórico mais adequado, que nos permite realizar uma leitura para além da singularidade absoluta do plano empírico. A dialética negativa pressupõe o movimento de confrontação do particular com a universalidade, para que os potenciais do objeto possam se realizar historicamente, para que a diferença e a multiplicidade da experiência, subsumidas pelo procedimento científico, possam emergir desse confronto. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica.