Indústria cultural e semiformação: análise crítica da formação dos administradores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Carolina Machado Saraiva Albuquerque Maranhao
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-99VJAZ
Resumo: A formação dos administradores apresenta estreita relação com os conceitos de Indústria Cultural (ADORNO e HORKHEIMER, [1969] 1985) e Semiformação (ADORNO, [1972] 1996). Essa semelhança fica clara no resgate histórico do surgimento da profissão de administrador e daconsolidação dos cursos universitários de bacharelado. Nesta tese analisamos a formação do profissional de Administração sob a perspectiva da Dialética Negativa. Construímos a análise combase n nos conceitos de Constelação de Ideias e Expressão de Adorno (2009). Fizemos isso com o objetivo de mergulhar no fenômeno estudado, indo além de sua aparência, a fim de resgatar seucomponente de curso da história. Escolhemos como eixo central da formação do administrador as Diretrizes Curriculares Nacionais de 2005 estabelecidas pelo MEC/SESU, pois elas têm a característica de elemento mediador das demandas internas das instituições de ensino, ao mesmo tempo em que são a representante das demandas e anseios do Estado sobre a formação específica deste profissional. Não se utiliza nesta tese o conceito de currículo como grade curricular ou análise de ementas de curso. Esta escolha se deve ao foco dado nesta tese de compreender o fenômeno da formação crítica do administrador como político. A análise de grades curriculares, ementas dedisciplinas e programas de cursos, apesar de ser uma estratégia interessante, direciona-se para um uso instrumental do currículo, lançando a esfera política para um segundo plano. Para o desenvolvimento desta análise dialética da formação dos administradores, nos baseamos em dois elementos empíricos: alegislação referente aos cursos superiores de bacharelado da área; e entrevistas com os coordenadores de curso de graduação e de iniciação científica das escolas com conceitos 5 ou 6 na CAPES em 2009.Estes dados possibilitaram identificar as contradições presentes neste processo: ao mesmo tempo em que mostram as possibilidades de esclarecimento presentes na legislação e nas práticas das IESanalisadas, revelam os elementos constituintes da semiformação dos administradores, reforçando a força conjuntural da Indústria Cultural. Curioso é observar que ambas as dimensões (crítica e alienadora) caminham juntas, às vezes coexistindo, às vezes buscando uma dominar a outra. O que concluímos é que o processo de formação destes profissionais encontra-se em movimento, influenciado pelas alterações Legais de seus currículos e pela abertura das IES para realizar cursos mais flexíveis e orgânicos. Estas possibilidades estão começando a fazer parte da rotina de pesquisas do campo da administração. A formação crítica dos administradores encontra-se na situação de Imagens Dialéticas. Isso significa que a formação dos administradores ainda não está consolidada e nem está em desenvolvimento linear. Ela ainda não se constitui como um conceito, mas como fragmentos de crítica, presentes na própria reflexão sobre o processo de formação deste profissional, contextualizado no sistema de ensino superior do Brasil. Muitas das questões presentes nas críticas àformação do administrador referem-se ao desenvolvimento educacional do País e não se restringem ao processo pedagógico de ensino de Administração. Todo tensionamento entre a formação profissional eo movimento da realidade histórica indica que o processo de formação guarda relativa autonomia em relação aos fatores condicionantes da realidade econômica, sendo esta a possibilidade real da crítica.De fato, a crítica está exatamente neste momento de tensão entre seu conceito e seu momento de realização