Etnomatemática decolonial: subsídios para a construção de um conceito

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Dias, Douglas Matheus Gavioli [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/257520
Resumo: Esta pesquisa de doutorado é motivada pela crescente articulação entre referenciais etnomatemáticos e decoloniais em estudos de mestrado e doutorado, pela aparente naturalidade existente na ligação entre os campos e divergências entre seus principais conceitos. Assim, o objetivo principal deste trabalho foi desenvolver ideias sobre uma melhor articulação entre a Etnomatemática e a Decolonialidade, buscando tensionar à questão norteadora: Qual a melhor forma de articular Etnomatemática e Decolonialidade? Para isso, esta pesquisa se constituiu de maneira teórica e ensaística, materializando-se em três capítulos, introdução e considerações finais. O primeiro capítulo analisa a Etnomatemática, compreendendo sua história e atual conjuntura de pesquisa. Nessa etapa, percebemos que a Etnomatemática, como campo de estudo, surgiu a partir das preocupações com o caráter cultural da Matemática, vindo de diversas áreas do conhecimento e desenvolvida, principalmente, por Ubiratan D’Ambrósio. No entanto, não se estabeleceu somente sob sua égide, sendo o campo teoricamente aportado por diversas visões diferentes de D’Ambrosio. No capítulo em questão, também obtivemos um vislumbre de como a Etnomatemática se constitui como área de pesquisa, suas ramificações e principais ideias – tudo isso com o intuito de compreender melhor sua constituição e possíveis articulações ao movimento decolonial. O segundo capítulo trata da Decolonialidade, com conceitos relativos ao Grupo Modernidade/Colonialidade, onde seus principais ideais são elucidados. Nesse capítulo, conhecemos como o movimento decolonial surgiu na América Latina e como se desenvolveu em seus principais conceitos, por exemplo, a crítica à modernidade e a constituição do atual modelo capitalista global a partir da dominação e colonização das Américas – aspectos essenciais para pensarmos numa articulação entre os campos. No terceiro capítulo, analisamos teses e dissertações que articulam referenciais e aspectos etnomatemáticos e decoloniais, de maneira a desenvolver uma discussão sobre a relação entre ambos os movimentos. As análises mostraram que existem aspectos presentes nas pesquisas que articulam referenciais e ideias da Etnomatemática e da Decolonialidade que podem contribuir para amplificar as demandas de grupos culturais subalternizados ou, ao contrário, causar e fortificar uma ideia de hierarquia entre conhecimentos. Nas considerações finais, são elucidados aspectos relativos ao que foi construído nos três primeiros capítulos, os quais promovem uma discussão sobre pontos divergentes e convergentes entre Etnomatemática e Decolonialidade. São debatidas maneiras em que a articulação entre as práticas e referenciais pode ser feita, com maior atenção para o desenvolvimento da Etnomatemática decolonial como novo caminho de pesquisa e ação articuladora entre os campos. Desta forma, ao final do trabalho, alcançamos o objetivo de desenvolver ideias sobre uma articulação entre a Etnomatemática e a Decolonialidade, por meio da conceitualização da Etnomatemática decolonial como um campo do pensamento crítico e intercultural, que busca promover e desenvolver trabalhos a partir das demandas de grupos historicamente subalternizados, articulando os principais elementos do Programa Etnomatemática, estabelecidos por Ubiratan D’Ambrosio.