Comparação da acurácia diagnóstica da variação da pressão de pulso obtida em artéria periférica ou em artéria central na predição da fluido-responsividade em cães

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lobo, César Passareli Candido
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/215069
Resumo: Objetivos: Objetivou-se comparar a predição da fluido-responsividade com a variação da pressão de pulso (VPP) mensurada em artéria periférica (VPPperiférica) em relação a VPP mensurada em artéria central (VPPcentral). Como objetivo secundário, avaliou-se o impacto da administração de uma prova de carga com cristaloide na função diastólica do ventrículo esquerdo (VE). Material e Métodos: Em um estudo experimental prospectivo, 30 cães hígidos (22 ± 4,3 kg) submetidos a cirurgia eletiva foram submetidos a anestesia geral com isoflurano sob ventilação controlada a volume (volume corrente = 12 mL/kg; relação inspiração/expiração = 1:2; pausa inspiratória de 30% do tempo inspiratório). O débito cardíaco / volume sistólico (VS) foi mensurado através da técnica de termodiluição transpulmonar e a VPP foi obtida através de cateteres inseridos na artéria aorta abdominal (VPPcentral) e artéria dorsal podal (VPPperiférica). Antes do procedimento cirúrgico, a fluido-responsividade foi avaliada através de uma ou mais provas de carga, empregando-se 10 mL/kg de solução de Ringer Lactato administrado durante 5 minutos. Elevações no VS ≥15% em resposta a prova de carga definiram os animais respondedores à expansão volêmica. Para se obter a mesma proporção de respondedores e não respondedores (n = 15 por grupo), provas de carga adicionais (10 mL/kg de Ringer lactato durante 5 minutos) foram administradas nos animais alocados ao grupo de não respondedores, caso a elevação do VS após primeira prova de carga fosse ≥15, até que a elevação do VS fosse <15%. As variáveis hemodinâmicas e parâmetros ecocardiográficos de função diastólica, foram registrados imediatamente antes e após a última prova de carga que caracterizou o status de fluido-responsividade. Resultados: A área sob a curva receiver operating characteristics (intervalos de confiança de 95%) da VPPcentral [0.956 (0.871–1.0)] não diferiu da VPPperiférica [0.991 (0,971–1.0)] (p = 0.30) (p = 0,3). Os valores de corte para predição de respondedores e a zona de incerteza diagnóstica (gray zone) foram >16% (14–18%) e >16% (14– 17%) para a VPPcentral e VPPperiférica, respectivamente. A porcentagem de animais localizados dentro da gray zone foi maior para a VPPcentral (27%) do que para a VPPperiférica (17%). A ecocardiografia de um animal do grupo de não respondedores foi excluída da análise porque não foi possível obter alinhamento adequado do Doppler pulsado com o fluxo transmitral. A velocidade máxima do fluxo transmitral no início da diástole (onda E) foi <120 cm/seg e a relação entre a onda E / velocidade máxima do anel mitral no início da diástole (razão E/E') foi ≤12 em todos os animais de ambos os grupos. Conclusões: A VPP, independentemente do local de mensuração (artéria central ou periférica), é capaz de predizer de forma satisfatória o status de fluido-responsividade em cães. Entretanto, a VPPperiférica apresentou acurácia diagnóstica discretamente superior (gray zone mais estreita e contendo menor percentagem de indivíduos) que a VPPcentral. A maximização do VS através da administração repetida de provas de carga (grupo de não respondedores), não resultou em evidências ecocardiográficas de aumentos excessivos da pressão de enchimento do VE na população estudada.