Efeito oxidante do imidacloprido em abelhas melíferas (Apis mellifera L.) e potencial ação antioxidante da cafeína

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Balieira, Kamila Vilas Boas [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150409
Resumo: Pesticidas são considerados um dos principais fatores do declínio populacional das abelhas e substâncias antioxidantes podem auxiliar na proteção desses insetos contra esses produtos. Foram avaliados o efeito oxidante do imidacloprido em abelhas melíferas (Apis mellifera L.) e a ação antioxidante da cafeína. Foram usadas seis dietas à base de xarope (água e açúcar 1:1), controle (apenas xarope); xarope com adição de 0,1 ng de imidacloprido/abelha; xarope com adição de 0,3 ng de imidacloprido/abelha; xarope com 5 μg/mL de cafeína; xarope com adição de 5 μg/mL cafeína e 0,1 ng de imidacloprido/abelha; xarope com adição de 5 μg/mL cafeína e 0,3 ng de imidacloprido/abelha. Após 72 horas da alimentação, foi preparado homogenato do tórax e avaliados: atividade das enzimas glutationa peroxidase (GPx) e catalase (CAT), concentrações de glutationa reduzida (GSH), glutationa oxidada (GSSG), estado oxidativo dos nucleotídeos de piridina (NAD(P)H) e grupos tióis de proteínas, além da formação de malondialdeído (MDA), um indicador de lipoperoxidação. Foi avaliada a sobrevida média de 360 abelhas recém-emergidas (1°dia), alimentadas com as dietas experimentais até às 72 horas, e o consumo médio da dieta por abelha. O imidacloprido aumentou a atividade da GPx em relação ao controle nas duas doses testadas, apresentando um efeito dose-dependente, e o mesmo foi observado com a cafeína. A adição de cafeína juntamente com 0,3 ng de imidacloprido/abelha, estimulou ainda mais a atividade da enzima. Observou-se também aumento na atividade da CAT pelas duas doses do imidacloprido e pela cafeína em relação ao controle. A adição da cafeína não alterou o efeito das doses do inseticida sobre a CAT. Nenhum dos tratamentos alterou a razão entre as concentrações de GSH e GSSG (GSH/GSSG) ou a concentração de NAD(P)H. Foi observada uma redução significante na concentração de grupo tióis de proteínas em relação ao grupo controle nas abelhas tratadas com as duas doses do imidacloprido, e a adição de cafeína protegeu contra a oxidação desses grupos. Para a concentração de MDA, observou-se aumento dose-dependente do imidacloprido em relação ao controle. A cafeína diminuiu parcialmente esse efeito, indicando que inibiu a lipoperoxidação. A sobrevida média das abelhas durante 72 horas não foi alterada por nenhum dos tratamentos. O consumo das dietas foi maior para as abelhas tratadas com 0,3 ng de imidacloprido/abelha. Os resultados do presente estudo indicam que o imidacloprido provocou danos oxidativos nas abelhas melíferas, enquanto que a cafeína atuou como antioxidante, e ainda, que as abelhas melíferas têm o consumo estimulado quando o alimento estiver intoxicado com o imidacloprido.