A protagonista leitora e o leitor protagonista na obra “Tudo que é sólido pode derreter”: ressignificando a leitura literária no ensino médio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Vícola, Daniel Ricardo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151175
Resumo: Leitura e literatura são os temas basilares da obra juvenil contemporânea Tudo que é sólido pode derreter, de Rafael Gomes (2011). Esse romance, por sua proposta e construção, constitui um ponto de partida para repensarmos o ensino e o estudo da literatura enquanto componente curricular, alertando-nos para o necessário resgate de uma perspectiva mais humanizadora do trabalho com a matéria literária, como defende a prática pedagógica do letramento literário, de Cosson, conhecimentos que nos ajudarão a olhar para o romance como uma consubstanciação desses pensamentos que enxergam na fruição literária, como Candido, um instrumento de libertação e emancipação do ser humano que, privado dela, corre o risco de ter a “sua humanidade mutilada”. Em linhas gerais, a situação que se coloca na obra selecionada para o nosso estudo é a seguinte: Thereza é uma jovem leitora recém-chegada ao Ensino Médio, apaixonada pelas obras clássicas que lhe são apresentadas pelo professor durante as tão aguardadas aulas de literatura. Diferentemente dos seus colegas de sala, Thereza anseia por essas leituras e, em sua imaginação, vai dialogando com os autores, suas personagens e seus conflitos. Mais que isso, até: Thereza começa a traçar paralelos entre a sua própria vida e os temas centrais de cada uma das obras que lê. Ela parece saber, dessa forma, que a matéria-prima do texto literário não é outra senão a própria vida e seus meandros, razão pela qual não passamos incólumes por uma boa narrativa ou um bom poema. Refletindo sobre as possibilidades da literatura, com Lajolo, Cademartori, Todorov e outros, as características da produção contemporânea voltada para o público juvenil e o próprio perfil do público leitor dessa produção, queremos discutir como este romance, por sua própria natureza hipermidiática e sua linguagem próxima ao leitor pode se configurar numa experiência engrandecedora e ampliadora de significados capaz de resgatar os jovens aprendizes para o hábito da leitura, ressignificando a forma como se trava contato com ela e fazendo dela ponte para um amadurecimento global desse indivíduo.