Carvão hidrotérmico: avaliação das características húmicas e do efeito no desenvolvimento de plantas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fregolente, Laís Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/183313
Resumo: O Brasil é um dos maiores produtores de cana-de-açúcar do mundo. A produção de açúcar e etanol a partir da cana gera subprodutos, como a vinhaça e o bagaço de cana. A vinhaça vem sendo empregada na fertirrigação de culturas, e o bagaço de cana na cogeração de energia. Problemas como salinização do solo, contaminação de lençol freático, com a mosca do estábulo (dificultado o ganho de peso do gado e provocando diminuição na produção de leite) são relatados. O emprego destes na carbonização hidrotérmica (CHT) é uma alternativa, ambientalmente adequada, para sua disposição. A CHT é um processo de conversão termoquímica de biomassa, o qual produz um material sólido rico em carbono (carvão hidrotérmico), e uma fração líquida (água de processo). As características do carvão hidrotérmico mostram potencial para sua utilização como condicionantes de solos. Já a água de processo poderia ser utilizada como fertilizante líquido. Assim, o objetivo deste trabalho foi caracterizar o carvão hidrotérmico quanto as suas características húmicas, comparando-as com as de solos Terrra Mulata; avaliar os efeitos da aplicação de carvão hidrotérmico como fertilizante na cultura de milho para diferentes solos e taxas de aplicação. Ainda, foram avaliados os efeitos no desenvolvimento inicial de milho, alface e tomate, na presença da água de processo; a toxicidade da água de processo para Artemia salina; e o efeito do carvão hidrotérmico no desenvolvimento inicial de milho e tomate, por meio de extratos obtidos em água e solução ácida. A caracterização húmica mostrou que compostos resultantes de degradação biológica, assim como diferentes estruturas de lignina estavam presentes da composição dos ácidos húmicos de solos Terra Mulata, porém não foram observados na composição do material tipo-húmico. Entre as culturas analisadas, a água de processo melhor estimulou o desenvolvimento das sementes de milho, especialmente na concentração de 250 mg C L-1. A água de processo foi classificada como praticamente não tóxica para Artemia salina. O extrato aquoso de carvão hidrotérmico melhor estimulou o desenvolvimento tanto de milho quanto de tomate, cujas melhores concentrações foram 100 e 50 mg C L-1 respectivamente. Para a aplicação em solo, não foram observadas diferenças na produção de biomassa entre as taxas de aplicação avaliadas, indicando que o mesmo não atuou negativamente no desenvolvimento de milho.