Resumo: |
Devido à alta permeabilidade da pele e a ectotermia, anfíbios terrestres são confrontados por compromissos envolvendo o balanço de água e a regulação da temperatura corpórea. O modo como tais compromissos são acomodados, sobre uma extenção de temperaturas e estados de hidratação, influencia importantemente o comportamento e a ecologia desses animais. Nesse contexto, usando o anfíbio terrestre Rhinella schneideri como organismo modelo, os objetivos do presente estudo foram duplos. Primeiramente, nós determinamos como a sensibilidade termal de uma característica ecologicamente relevante – a locomoção – é afetada pela desidratação. Além disso, nós examinamos os efeitos dos mesmos níveis de desidratação na preferência termal e na tolerância termal. A medida que a desidratação se torna mais severa, as temperaturas ótimas para o desempenho locomotor diminuíram e a amplitude de temperaturas para um desempenho próximo ao máximo se estreitou. Semelhantemente, a desidratação foi acompanhada por uma diminuição da amplitude de tolerância termal. Tal declínio foi causado pelo aumento da temperatura crítica mínima e pela diminuição da temperatura crítica máxima, com este último mudando de modo mais acentuado. Em geral, nossos resultados mostram que os efeitos negativos da desidratação no desempenho comportamental e na tolerância termal são, ao menos parcialmente, amenizados pelo simultâneo ajuste na preferência termal. Nós discutimos algumas potenciais implicações dessa observação para a conservação dos anfíbios anuros. |
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