A organização do espaço rural: estrutura e lógica das propriedades rurais familiares em Ipeúna/SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Fernandes, Sibeli [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180211
Resumo: O município de Ipeúna localiza-se no interior do estado de São Paulo, pequeno município urbano industrial, que mantém em seu território atividades industriais de significado econômico na área da metalurgia, agroindústria de frangos e aviação civil. Coloca-se no chamado quadrilátero açucareiro do Estado, área com grande densidade e intensidade da monocultura canavieira praticada em moldes convencionais, trazendo como consequência uma paisagem não diversa, além de uma pecuária pouco desenvolvida. Em contra partida, a estrutura fundiária é baseada em pequenas propriedades que configuram espaços com potencial para geração de trabalho e renda. A partir desse entendimento, defende-se aqui a tese que mesmo dentro de um espaço dominado pela produção moderna, representado pela monocultura canavieira e pela atividade pecuária pouco desenvolvida, além da presença de indústrias de representatividade nacional, é possível encontrarmos a lógica de organização familiar nas propriedades existentes, tendo em vista que o processo de ocupação do município esteve diretamente ligado à tradição agrícola com base no trabalho familiar. Em busca dessa comprovação definiu-se como objetivo geral caracterizar a organização do espaço rural no município de Ipeúna/SP, identificando a presença da lógica familiar e do potencial para multifuncionalidade, elencando o potencial produtivo, paisagístico, turístico e cultural das propriedades rurais. Para a realização desta pesquisa utilizou-se o método pluralista e as contribuições da abordagem sistêmica. Através de visitas, anotações em caderno de campo, aplicação de formulário (organizado segundo a divisão do sistema da agricultura e grau de modernização dos agricultores), tabulação, análise e compreensão dos elementos, foi possível demonstrar a estrutura e a lógica de organização das propriedades rurais. A presença da lógica de organização familiar pode ser identificada, como vulnerável, pois, a propriedade rural não é mais um local de moradia desses agricultores, tal motivo deve-se a falta de segurança. Para os proprietários de terra, a propriedade rural representa o local de produzir e trabalhar, já na perspectiva dos beneficiários de reforma agrária, o assentamento garante, um local de moradia, além disso, ele oferece uma série de atributos, como a força de trabalho, que favorecem a implantação de um modelo de fazer agricultura em moldes naturais. As famílias tradicionais do município não são agricultoras familiares, elas são proprietárias de terras. A produção de alimentos é diversificada, presente na maioria das propriedades e pode ser considerada como uma das premissas básicas na organização da agricultura familiar. A alternatividade dos produtos está representada pela produção de mandioca e milho. A cana-de-açúcar e a pecuária são as atividades tradicionais e mostram a integração dos agricultores com as indústrias. A introdução da multifuncionalidade da paisagem como uma estratégia de reprodução social e territorial, fortalecerá a agricultura familiar. É vontade do poder público local que o desenvolvimento rural de base natural e do turismo em área rural se concretize, é um projeto futuro do município. Para que isso se torne realidade é importante que ocorra a efetiva integração da iniciativa privada, do poder público e principalmente da comunidade na tomadas de decisões e na elaboração de políticas públicas.