(Des)continuidade da vida escolar em área rural no Chile: significações das famílias e crianças

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Radrigán, Karen Jennifer Marabolí
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59142/tde-08012024-092456/
Resumo: Embora a educação seja um direito valorizado pela sociedade atual, ele é negligenciado quando consideramos as políticas educacionais destinadas às populações rurais. Em situações como a do Chile - onde a educação em áreas rurais é obrigatória pelo Estado, porém oferecida de forma deficiente (unidocente, multisseriada e incompleta) - torna-se indiscutível a necessidade de prestar atenção e dar ouvidos aos discursos das pessoas que moram nessas áreas. O objetivo da pesquisa foi compreender as significações atribuídas por famílias rurais à escolha do local de estudo de seus/suas filhos/as do 6° ao 8° ano do Ensino Básico, num contexto de dificuldade relativa à continuidade da vida escolar, em uma localidade no Chile. A pesquisa foi realizada em Toconey, localizada na Región del Maule, Chile. Com uma abordagem de caráter qualitativo, foram aplicados os seguintes instrumentos utilizados: diário de campo; entrevistas com adultos; roda de conversa com crianças; e roda de conversa com as mães. Participaram famílias cujos filhos estavam cursando 5º e/ou 6º anos de ensino básico em alguma das duas escolas da localidade, e também famílias de Toconey cujos filhos frequentavam o 7º e/ou o 8º anos do ensino básico, em alguma escola fora da comunidade. A coleta de dados foi realizada entre os meses de dezembro de 2018 e março de 2019. Foram completadas oito idas a campo, momentos nos quais foram realizadas um total de cinco entrevistas, duas com famílias que ainda tinham alguma criança estudando dentro da localidade e três com famílias com crianças estudando fora. Além disso, foram realizadas uma roda de conversa com crianças e uma roda de conversa com as mães. Os resultados mostram a forte valorização positiva da educação na vida das famílias, uma vez que fazem grandes esforços e estratégias para que não haja descontinuidades no processo educacional dos/as filhos/as. Também fica revelado o sentimento de sofrimento em relação à separação das crianças que se deslocam para o estudo na cidade, com evidenciação de preocupações e afetos mediados pelas experiências similares na história de vida dos genitores e pelos desejos e perspectivas para os novos membros da família. E ainda está o reconhecimento da relevância e do papel da escola na própria área rural, a esperança de conquista de atendimento educacional completo na própria localidade como uma das instâncias de apoio e fortalecimento dos laços sociais.