Mulheres em cena: representações míticas, bíblicas e históricas na poética de Myriam Fraga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Andréa Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/251020
Resumo: A nossa proposta consiste em investigar o universo de representação das imagens femininas e de seus discursos nos livros: Poesia reunida (2008); Rainha Vashti (2015) e Poemas (2017), da escritora baiana Myriam de Castro Lima Fraga (1937 – 2016), a partir de referências míticas, bíblicas e históricas. A poética de Fraga revisita os lugares de onde partem certos enunciados sobre as mulheres, colocando em xeque os silenciamentos que rondam a sua condição e a malha discursiva autoritária, norteadora de uma sociedade falocêntrica, sexista, misógina e disciplinadora. Fraga dirige-se às mulheres de distintas épocas e culturas ao expor os discursos hegemônicos, que ditam regras e norteiam o comportamento feminino, e os discursos que emergem como resposta a tal controle. A produção literária de Myriam Fraga concebe o fazer literário como uma prática cultural que interfere no campo das diferenças de gênero, garantindo-lhe um lugar no campo discursivo. Sua poética constrói um espaço de expressão individual de necessidades e desejos para várias personagens da história e da cultura. Ao deflagrar pelas figuras femininas a resistência à ordem estabelecida, sua obra revela a possibilidade de ruptura de um discurso que insiste em subalternizar as mulheres e evidencia, por meio da palavra poética, o caminho de sensibilização, conhecimento e transformação para uma prática mais humanista, ou seja, uma compreensão de que as diferenças entre os gêneros não podem ser argumento para o exercício do poder de um sobre o outro.