A voz neodarwinista sobre os humanos: os novos significados histórico-sociais da ontologia biocientífica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Paschoalotte, Leandro Módolo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154106
Resumo: Há pelo menos três décadas a esfera pública vem sendo banhada pela figuração do humano como um ser de natureza igual – nem mais nem menos – a todos os outros seres viventes sob a rubrica da biologia molecular, mais precisamente da genômica. Do DNA como representação da “essência do nosso ser” aos “homens geneticamente criminosos”, vemos inúmeros enunciados serem vocalizados em livros, em reportagens e mídias em geral – especializados ou não – que, como diria Gyorgy Lukács, derivam ontologicamente as características do ser social daquelas constitutivas do ser natural. Desde a inauguração, na década de 1970 com a sociobiologia de Edward Wilson e Richard Dawkins, até os dias de hoje, a figuração do humano baseado na Teoria Sintética da Evolução vem se aperfeiçoando e se propagando nas distintas áreas do saber e da cultura. De forma geral, parte dominante desse pensamento interpreta as qualidades ontológicas dos humanos e, por consequência, suas características como resultados adaptacionista da evolução da nossa espécie com base na fitness genética. Sendo assim, no sentido de contribuir na compreensão do cenário no qual subiu ao palco tal figuração, este trabalho assume a tarefa de capturar alguns de seus significados históricosociais contemporâneos. Por consistir numa figuração com suportes teórico-científicos, a intenção, num primeiro momento, é identificar alguns dos seus fundamentos epistemológicos e ontológicos através da construção do que denominamos de grade de inteligibilidade genômico derivacionista, cuja característica central consiste na “dedução ontológica” das esferas menos complexas do ser em geral as mais complexas. Posteriormente, para levarmos a cabo o nosso objetivo, explicaremos o que consideramos efetivamente novo em seu significado histórico-social mediante as suas manifestações ideológicas – pelas quais práticas políticas e econômicas se operacionalizam. A nossa tese é de que, sob a crise estrutura do capital e seus aportes financeiros, emergiram tanto uma bioeconomia quanto uma biopolítica que imprimiram significados radicalmente novos ao modo com que tal figuração do humano se transmuta de discurso científico ao ideológico.